Como lidar com o estresse?

Postado em 22 de dez de 2020
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Causador da Síndrome de Burnout, distúrbio emocional que leva à exaustão no trabalho, o estresse é um dos transtornos mentais mais comuns na atualidade.

Apesar de frequente, os motivos e os riscos do estresse são, muitas vezes, desconhecidos e negligenciados. 

O descaso com o estresse pode estar associado à normalização do sofrimento como um meio para obter o sucesso profissional ou acadêmico e à desvalorização da saúde mental. 

No entanto, se você está estudando para o vestibular e já sentiu ansiedadetaquicardiador de cabeçaangústia cansaço durante os estudos ou no período de provas, está na hora de dar atenção a estes sintomas. 

Veja abaixo o que é o estresse e como tratá-lo.

 

O que é o estresse?

O estresse é uma resposta natural do corpo humano caracterizada por mudanças psíquicas e fisiológicas, que se desencadeiam em contextos de perigo ou aflição. 

Os estímulos causadores do estresse podem ser tanto externos como internos, ou seja, de ordem física ou psíquica. 

O ciclo neuroquímico do estresse ocorre em uma região do cérebro chamada de Sistema Nervoso Autônomo, responsável por preparar o corpo para reagir a situações de medo (aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, libera adrenalina, contrai e relaxa músculos, dilata os brônquios, dilata as pupilas, aumenta a transpiração, etc). 

Essa cadeia de estímulos cerebrais leva à ativação das glândulas adrenais, localizadas acima dos rins.  

As adrenais liberam hormônios específicos, como o cortisol, o popular hormônio do estresse. 

Vale ressaltar que o cortisol não apresenta riscos diretos e costuma desempenhar funções importantes para o organismo.

Ele é um hormônio que atua no controle do estresse, sendo responsável, neste caso, por reduzir inflamações, ativar o sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes, assim como a pressão arterial. 

O próprio estresse é uma resposta vital para os seres humanos, tendo sido definitiva para a sobrevivência de nossos antepassados. 

No entanto, a elevação e a repetição deste quadro resulta em diversos prejuízos para nossa saúde física e mental, podendo levar a outros problemas como estresse crônicodepressãodistimiaobesidade, pressão alta e diabetes. 

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Os tipos de estresse

Segundo a Associação Americana de Psicologia, existem três tipos “clássicos” de estresse: 

  • Estresse agudo; 
  • Estresse agudo episódico;
  • Estresse crônico. 

Além destes, existem ainda o estresse pós-traumático e o estresse pós-parto, que não trataremos aqui. 

A base do tratamento de todos os tipos de estresse é a mesma, conforme veremos mais abaixo no artigo. 

Estresse Agudo

É a forma mais comum de estresse. Bastante comum em pessoas que estão passando por um momento de provação atípico, como ter que fazer uma apresentação em público, por exemplo. 

Sintomas psicológicos:  

  • Instabilidade de humor; 
  • Insegurança; 
  • Apreensão; 

Sintomas físicos:  

  • Dor de cabeça; 
  • Dor nas costas; 
  • Dor na mandíbula;
  • Dores musculares em geral; 
  • Azia; 
  • Palpitações cardíacas; 
  • Aumento de pressão arterial; 
  • Sudorese;
  • Outros. 

Estresse Agudo Episódico

Diz respeito aos casos em que o estresse agudo se repete com frequência.  

Aqui, os sinais são os mesmos dos sintomas do estresse agudo, mas prolongados e frequentes.  

Quem tem Estresse Agudo Episódico, provavelmente, já manifestou os sintomas em outras situações antes do vestibular, como em outras situações de provação ao longo da infância e da adolescência. 

A ocorrência pode estar associada a uma hipersensibilidade desenvolvida na infância, geralmente associada à negligência familiar ou a episódios de estresse. 

Sintomas físicos que podem aparecer, além dos já citados: 

  • Dores de cabeças persistentes; 
  • Enxaquecas; 
  • Hipertensão; 
  • Dores no peito; 
  • Doenças cardíacas. 

Estresse Crônico

É o quadro mais grave da doença e o qual deve ser evitado por meio do tratamento precoce. 

Quem tem Estresse Crônico apresenta todos os sintomas descritos acima, de forma intensa e recorrente.  

Está associado ao desenvolvimento de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Síndrome do Pânico e Depressão.

🔵Leia também: Veja 12 dicas de como cuidar da saúde mental e emocional

As fases do estresse

O estresse costuma ser classificado em três fases: fase de alertafase de resistência e fase de exaustão. 

Fase de alerta

Surge assim que o indivíduo entra em contato com o agente estressor 

Nessa fase, os sintomas comuns são boca secador no estômagotensão muscularaumento dos batimentos cardíacosagitação, entre outros. 

Fase de resistência

Aparece após a fase de alerta, quando o corpo tenta voltar ao seu estado de equilíbrio.  

Nesse momento, o organismo pode conseguir eliminar o problema ou se adaptar ao fator estressor.  

Como sintomas dessa fase, podemos destacar um mal-estar generalizadodesgaste físicoalterações de apetiteemoção afloradairritabilidade diminuição da libido. 

Fase de exaustão

Ocorre como consequência de um fracasso na fase de resistência, havendo o comprometimento físico do indivíduo.  

Apresenta-se insôniahipertensão arterialalteração nos batimentos cardíacostonturas frequentesdificuldades sexuais, diarreias frequentesalterações de humorapatiadificuldade para trabalharqueda na produtividade, entre outros sintomas. 

Há psicólogos que consideram quatro fases no processo de estresse, ao acrescentar a “quase exaustão”. Nessa fase o indivíduo não consegue resistir ao estressor, porém ainda não está tão acometido como na fase de exaustão.

🔵Leia também: Transtorno Explosivo Intermitente (TEI): o que é a Síndrome de Hulk?

Os impactos do estresse na saúde 

Além de trazer impactos graves para a saúde mental, podendo acelerar quadros de ansiedade e depressão, o estresse elevado também traz consequências físicas: 

  • Aumento da pressão arterial; 
  • Maior risco de derrame; 
  • Maior susceptibilidade a infecções; 
  • Distúrbios gastrointestinais, como diarreia e constipação; 
  • Desordens alimentares, ganho ou perda excessivos de peso; 
  • Resistência à insulina que está associada ao diabetes tipo 2, e exacerbação do diabetes; 
  • Dor de cabeça do tipo tensional; 
  • Insônia; 
  • Diminuição do desejo sexual e impotência temporária nos homens; 
  • Exacerbação da tensão pré-menstrual; 
  • Diminuição da concentração, inibição do aprendizado e redução da memória; 
  • Exacerbação de lesões de pele, como por exemplo, à acne.

6 técnicas de como lidar com o estresse para incluir na rotina 

Confira algumas estratégias para lidar com o estresse. Você pode colocá-las em prática ao mesmo tempo ou adotar as que você sente-se mais confortável em seguir.

Fazer terapia

Nem todas as pessoas que precisam de acompanhamento psicológico têm condições financeiras para fazer terapia. Nestes casos, os estados e municípios costumam oferecer este serviço de forma gratuita, como é o caso do CAPS - Centro de Atendimento Psicossocial, mantido pelos governos estaduais.  

Mas se esse não for o seu caso e se você está sofrendo com os sintomas descritos neste artigo, começar a fazer terapia é uma excelente oportunidade para se aprofundar nos motivos do seu estresse e tratá-lo com maior atenção.

🔵Leia também: O que fazer para controlar a ansiedade?

Cuidar a alimentação 

A alimentação influencia diretamente na resiliência do sistema nervoso e pode contribuir para reduzir os danos do estresse.  

Algumas dicas de alimentação saudável: 

  • Consuma legumes, frutas, grãos e verduras todos os dias. 
  • Consuma alimentos energéticos, especialmente antes da jornada de estudos ou de trabalho, como açaí, banana, chá verde, chocolate, entre outros. 
  • Consuma alimentos bons para a memória, como canela, azeite de oliva, abacate e castanhas, por exemplo. 
  • Faça de 3 a 4 refeições diárias. 
  • Não faça intervalos muito longos entre as refeições, procure comer frutas e cereais durante os intervalos.
  • Evite alimentos altamente gordurosos e ricos em sódio, como frituras e comidas pré prontas.  

Praticar exercícios físicos 

Praticar exercícios físicos, especialmente os aeróbicos, gera diversas alterações a nível cerebral como aumento do fluxo sanguíneo, crescimento neuronal e redução de processos inflamatórios.  

A atividade física libera endorfinas, poderosos hormônios que, entre várias funções, promovem a sensação de bem-estar e combatem o estresse. 

Por isso, procure uma atividade física que traga maior satisfação para você e coloque-a na sua rotina como uma prática regular, de preferência duas vezes na semana ou mais. 

Praticar exercícios com outras pessoas também pode aumentar os níveis de bem-estar, oferecendo a oportunidade de socialização e a sensação de pertencimento. 

Regular o sono

É importante manter um ciclo regular e saudável de sono. 8 horas de descanso já é o suficiente.  

Dormir muito mais horas do que o recomendado vai deixar seu cérebro lento e preguiçoso, já dormir horas a menos vai te deixar cansado e com baixo rendimento para trabalhar ou estudar. 

Tomar água fria ou em temperatura ambiente ao acordar é recomendável para mandar o sono embora.  

Além disso, é preciso regular a alimentação para ter um sono saudável, evitando alimentos pesados e gordurosos antes de dormir.  

Também é essencial tomar um café da manhã saudável, com pão, frutas e proteínas (presentes em diversos tipos de leite, por exemplo). 

🔵Leia também: O que é nomofobia, o vício que pode prejudicar sua vida

Ter momentos de ócio e lazer

Ter momentos de tédio contemplativo e lazer é importante. Priorize ter estes dois momentos.  

O tédio contemplativo, ou ócio, é o momento de não fazer nada, o que não inclui entrar nas redes sociais.  

Aproveite esse tempo para pensar na vida e avaliar onde você pode melhorar, sempre com compaixão e amor por você mesmo. 

Já o momento de lazer é para fazer o que você mais gosta, como viajar, dançar, assistir filmes, escutar música, encontrar os amigos ou praticar o seu hobby. 

Ter um animal de estimação e passar tempo com ele também ajuda a diminuir o estresse. 

Reconhecer o próprio limite

Respeitar seus limites significa identificar sua necessidade de descanso.  

Mesmo como medida paliativa, que não é recomendada como única forma de enfrentamento ao estresse, parar ao chegar no limite é importante. 

Caso não seja possível interromper a atividade ou entrar de férias, por exemplo, saia para a rua nos momentos de pico de estresse, se possível, e vá dar uma caminhada, alongue-se, tome uma água, faça alguns minutos de respiração consciente e escute uma música que você gosta. 

Volte às atividades somente mais tarde, após se sentir relaxado. Priorize ir dormir cedo e acordar cedo, para regular o sono e manter a disposição durante o dia. 

Trabalhar com moderação

Tudo que é excessivo traz desgaste para o corpo e para a mente. Essa é a lógica do estresse. 

Por isso, manter uma relação equilibrada com o trabalho, com uma carga horária diária bem definida, especialmente no home office, é importante.  

Confira algumas dicas: 

  • Realmente aproveite o intervalo de almoço: utilize todo o tempo disponível, não trabalhe enquanto realiza as refeições, de preferência vá tomar um sol após a refeição, escute uma música ou simplesmente relaxe, sem pensar no trabalho durante esse período. É recomendável fazer a higiene bucal e lavar o rosto após o intervalo para evitar a preguiça pós almoço.
  • Trabalhe a respiração: sempre que se sentir estressado, tire 5 minutos para fazer uma respiração lenta e consciente. Uma dica é contar até 4 na inspiração e mais 4 na expiração, movimentando a musculatura do abdômen e do tórax na expiração. 
  • Coloque metas reais e possíveis de serem cumpridas: não exagere nas metas diárias e semanais para não criar motivos de estresse para você. 
  • Estabeleça um horário fixo de entrada e saída: mantenha uma carga horária regular, respeitando diariamente o horário de início e fim da jornada. 
  • Não leve trabalho para casa: procure realizar seu trabalho apenas dentro do expediente, seja em home office ou no escritório. Levar trabalho para fazer após o expediente é um alerta de que algo não está certo na sua jornada de trabalho. Alinhar o fluxo de demandas com o seu gestor, ou com você mesmo, se você for o seu próprio gestor, é importante. 

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Conclusão

Como vimos neste artigo, o enfrentamento ao estresse envolve medidas multidisciplinares.  

É importante colocar em prática todas as recomendações, pois não é apenas uma mudança que vai estabilizar o quadro de estresse. 

Caso as medidas acima não funcionem, é recomendável consultar um médico endocrinologista para verificar a possibilidade de um distúrbio hormonal.  

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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