Graciliano Ramos: livros que mais caem no Enem [Literatura no Enem]

Postado em 25 de jun de 2022
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Graciliano Ramos foi um dos autores mais importantes da literatura brasileira. Não é à toa que muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores o consideram um dos maiores nomes da literatura nacional até os dias de hoje.

O autor pertenceu à segunda geração modernista, também conhecida como Fase de Consolidação. Ele escreveu romances, contos e crônicas, mas sua obra mais célebre é “Vidas Secas”, de 1938.

Sua literatura teve tanto impacto, que ainda na década de 1940, Graciliano Ramos já era considerado um dos maiores romancistas brasileiros, atrás apenas de Machado de Assis.

Dada a importância do autor, os livros de Graciliano Ramos costumam aparecer de forma frequente no Enem e nos principais vestibulares do Brasil. Mas, você sabe em quais livros focar na hora de estudar?

Neste artigo, apresentamos um resumo das 3 principais obras do autor para você se preparar. Fique conosco!

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Como os livros de Graciliano Ramos aparecem no Enem

No Enem, as questões sobre os livros de Graciliano Ramos aparecem principalmente na prova de Linguagens e suas Tecnologias.

Contudo, também é possível encontrar perguntas associadas ao autor na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias, o que é menos comum.

Na prova de Linguagens, a maioria das questões relacionadas às obras do autor aborda aspectos fundamentais da sua literatura. Elas cobram que o candidato saiba identificar as principais características de cada produção, assim como associá-las ao contexto literário, histórico e social do país.

Graciliano Ramos pertenceu à escola literária conhecida como modernismo brasileiro, que se consolidou na primeira metade do século XX.

O autor se encaixava na Fase de Consolidação — segunda geração do modernismo brasileiro — , que ocorreu entre os anos de 1930 e 1945.

Essa fase foi marcada pela ficção regionalista, com especial ênfase na região nordestina.

Tem como destaque autores como Jorge Amado, José Lins do Rego, além, é claro, do próprio Graciliano Ramos

A crise cafeeira que assolava o país, o declínio econômico do Nordeste e as rupturas das estruturas sociais locais foram os principais fatos históricos responsáveis por abrir espaço a esse tipo de ficção.

Nesse contexto, Graciliano Ramos tornou sua obra mais uma vertente do romance regionalista, trazendo um estilo seco, conciso e sintético.

As obras do autor abrangem os problemas sociais do Nordeste. Seu olhar era crítico, ácido e preciso, abordando as relações humanas e tecendo críticas fortes quanto ao descaso com o sertão nordestino.

Confira a seguir mais características das obras de Graciliano Ramos:

  • Presença marcante da identidade nacional;
  • Destaque de características pontuais que cercavam o contexto vivido no nordeste brasileiro;
  • Prosa firme, objetiva e crítica;
  • Humanização de personagens não-humanos, como a personagem Baleia, em “Vidas Secas”;
  • Suas obras podem ser divididas em dois momentos: no primeiro, Graciliano dá mais voz às relações humanas, no segundo às paisagens retratadas.
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Quem foi Graciliano Ramos

Graciliano Ramos livros - imagem antiga do autor escrevendo

Graciliano Ramos (1892-1953) foi um escritor e jornalista brasileiro.

Ele nasceu em uma grande família de classe média e viveu os primeiros anos de sua infância migrando para diversas cidades da Região Nordeste do Brasil.

Seus primeiros trabalhos foram como jornalista na cidade do Rio de Janeiro, onde escreveu para os informativos O Malho e Correio da Manhã.

Seu primeiro romance foi “Caetés”, escrito em 1933. Na sequência, publicou a obra “São Bernardo”, em 1934.

Contudo, o escritor acabou preso em Maceió em março de 1936, acusado de ser militante comunista.

Esse incidente o inspiraria a escrever três de suas principais obras: “Angústia” (1936), o texto "Baleia", que daria origem à “Vidas Secas” em 1938, e o livro “Memórias do Cárcere”, publicado postumamente em 1953.

Já na década de 1940, Graciliano Ramos ingressou no Partido Comunista Brasileiro ao lado do militar e político Luís Carlos Prestes.

O escritor faleceu em 1953, aos 60 anos, no Rio de Janeiro. Suas obras póstumas notáveis incluem “Memórias do Cárcere”, a crônica “Viagem” e o livro de contos “Histórias de Alexandre”.

A seguir, trazemos um resumo dos principais livros de Graciliano Ramos. Confira!

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1. Resumo de “São Bernardo” (1934)

Livro publicado em 1934, "São Bernardo" narra a história de um homem órfão, Paulo Honório, que ascende socialmente e vira dono da fazenda São Bernardo.

Narrado em primeira pessoa, através dos olhos de Paulo, a obra apresenta a fala coloquial e repleta de gírias da região nordestina da época de 30.

Ao longo do livro, Paulo nos conta a história de como enriqueceu.

Ele inicia dando detalhes sobre sua vida como um menino trabalhador na fazenda e, depois, explica como acaba se envolvendo em controvérsias e encrencas para alcançar o seu prestigioso objetivo de ser rico.

O livro é marcado por uma linguagem seca, formada por frases curtas e de adjetivação expressiva, adequando-se à expressão do homem rude que conta sua história, incapaz de grandes expansões sentimentais.

Esse uso da linguagem é uma das características estilísticas de Graciliano Ramos.

Além disso, nessa obra, o autor consegue articular com sensibilidade duas dimensões humanas: a social e a psicológica.

Do ponto de vista social, temos a trajetória de um homem em direção ao poder. Do ponto de vista psicológico, o embrutecimento de sua alma, obtido na mesma medida de seu enriquecimento.

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2. Resumo de “Vidas Secas” (1938)

Graciliano Ramos livros - imagem da obra Os Retirantes de Candido Portinari

Publicado em 1938, “Vidas Secas'' é a obra mais célebre de Graciliano Ramos.

O livro narra a história de uma família retirante que foge da seca nordestina. Assim, acompanhamos Fabiano, o pai, Sinhá Vitória, a mãe, os dois filhos e a cachorra Baleia em busca de uma vida mais digna.

De origem extremamente pobre, a família viaja até encontrar uma casa pequena na qual podem se instalar.

A casa, contudo, possuía um dono que os faz trabalhar para poderem viver sob aquele teto.

Durante esse período, Fabiano é preso, sua esposa sonha com uma cama de amarração de couro, o menino mais velho pergunta sobre palavras e o menino mais novo tenta montar em um cabrito.

O livro termina quando uma nova seca os expulsa novamente da terra onde estavam instalados, e a família deixa a fazenda e parte para o sul — mais uma vez em busca de sobrevivência.

Nessa obra, por meio de uma escrita regionalista, Graciliano aborda a pobreza e as dificuldades na vida dos retirantes no sertão nordestino. O livro é cheio de termos regionais e a escrita se aproxima mais da fala.

Assim como em outros romances da segunda fase do modernismo, essa obra aborda temas sociais com o propósito de denúncia e questionamento.

Além disso, “Vidas Secas” é uma obra que pode ser dividida em três dimensões:

  • há uma dimensão social da exploração e da opressão política;
  • há uma dimensão psicológica da repressão, fazendo surgir indivíduos marcados pela introspecção;
  • e há, por fim, uma dimensão natural da seca, o flagelo nordestino.

Outra característica marcante é o aprofundamento psicológico das personagens. Nesta obra, o autor retrata pessoas simples, mas com complexidades, o que as torna personagens extremamente profundas.

É interessante notar também que os capítulos estão soltos. Ou seja, não há uma linearidade que una os capítulos como costumava acontecer. Eles são quase como contos, com suas narrativas próprias.

Todas essas características tornam “Vidas Secas” um dos livros mais emblemáticos da literatura nacional.

3. Resumo de “Memórias do Cárcere” (1953)

"Memórias do Cárcere" é um livro autobiográfico que foi publicado após a morte do escritor, em 1953.

Nele, o autor retrata o período em que foi preso político pelo regime de Getúlio Vargas, entre 1936 e 1937, por seu envolvimento com o comunismo.

Na obra, o escritor narra histórias pessoais e de companheiros que viveram com ele no cárcere. Assim, Graciliano retrata de forma dura as injustiças do governo da época, como censuras, desaparecimentos, torturas e até mortes.

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Mariana Moraes

Por Mariana Moraes

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