Sim, Literatura cai no Enem. Veja como se preparar para a prova

Postado em 20 de jun de 2023
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A disciplina de Literatura integra o caderno de “Linguagem, Códigos e suas Tecnologias” do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que contém 45 questões múltipla escolha. Em geral, são cobrados autores, movimentos literários e diferentes gêneros textuais. 

A prova, conhecida por ser extensa, exige atenção por parte do candidato para que ele possa fazer a interpretação correta dos textos do enunciado. 

Aqui você vai encontrar tudo o que precisa saber sobre as questões de Literatura do Enem. Confira: 

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O que mais cai de Literatura no Enem? 

Como vimos, a disciplina de Literatura e de Língua Portuguesa integram o caderno de “Linguagem, Códigos e suas Tecnologias” do Enem. Além disso, a prova possui caráter interpretativo, então conhecimentos sobre gramática e estrutura textual são fundamentais. 

Confira, a seguir, quais são os conteúdos mais cobrados de Língua Portuguesa e de Literatura: 

  • Interpretação de texto   
  • Estrutura e formação das palavras  
  • Pontuação e gramática  
  • Tendências contemporâneas  
  • Figuras de linguagem  
  • Movimentos literários  

Os autores que mais aparecem nas questões de Literatura no Enem 

Entre os diferente gêneros e formatos, pode-se citar os seguintes autores:  

  • Guimarães Rosa; 
  • Machado de Assis; 
  • Carlos Drummond de Andrade; 
  • Graciliano Ramos; 
  • Mário de Andrade; 
  • Luís Vaz de Camões; 
  • Manuel Bandeira; 
  • Cecília Meireles; 
  • Ferreira Gullar; 
  • Rubem Alves; 
  • Fernando Sabino; 
  • Rubem Braga; 
  • Luís Fernando Veríssimo; 

Quando falamos de histórias em quadrinhos, os personagens mais comuns são:  

  • Garfield; 
  • Calvin e Hobbes; 
  • Mafalda 
  • Hagar; 
  • Frank & Ernest. 
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Não esqueça de treinar a interpretação de texto 

A habilidade de interpretação de texto é importante também para as questões de Literatura. Veja 4 dicas de como treinar interpretação de texto: 

1. IDENTIFIQUE OS CONCEITOS E AS PALAVRAS-CHAVE DO TEXTO 

Ao identificar, e até mesmo sinalizar, as palavras-chave e os conceitos centrais do texto, a leitura torna-se mais dinâmica e atenta, além de que tal ação faz com que uma releitura seja desnecessária ou, pelo menos, mais rápida. 

2. LEIA COM CALMA 

O medo de não terminar a prova a tempo faz com que alguns candidatos façam a prova com pressa, realizando uma leitura desatenta. Por isso, preste atenção na hora da leitura e garanta que ela está sendo feita com calma. 

3. CUIDADO COM AS LEITURAS “FORA DO TEXTO” 

Realizar a leitura “fora do texto” é utilizar conhecimentos prévios sobre o texto e seu conteúdo, formando juízo de valor sobre o que se imagina que está sendo dito, em vez de analisar o que está, de fato, escrito. Por isso, analise o texto, evite formar juízos de valor sobre o conteúdo. 

4. DESENVOLVA O HÁBITO DE LEITURA 

Ler, ler e ler. Esse é um hábito fundamental para quem quer desenvolver a interpretação de texto.  Nesse caso, o importante é variar os gêneros e os formatos: ler livros de autores contemporâneos, clássicos da Literatura, revistas, jornais, quadrinhos, e tudo o que for possível! 

Também nesses casos, lembre-se de realizar uma leitura atenta, identificando os conceitos e as ideias centrais, além das intenções do autor, quando possível.  

Caso você ainda não tenha esse hábito, comece estabelecendo metas menos ambiciosas, por exemplo, ler 15 minutos todos os dias. Você não precisa começar com um intensivo de 4 horas diárias! 

Questões do Enem de Literatura para você praticar 

Confira algumas questões que apareceram na prova do Enem nos últimos anos. Elas foram retiradas do banco de questões disponibilizado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), órgão ligado ao governo federal. 

(ENEM 2009) 

O apanhador de desperdícios 

Uso a palavra para compor meus silêncios. 

Não gosto das palavras 

fatigadas de informar. 

Dou mais respeito 

às que vivem de barriga no chão 

tipo água pedra sapo. 

Entendo bem o sotaque das águas 

Dou respeito às coisas desimportantes 

e aos seres desimportantes. 

Prezo insetos mais que aviões. 

Prezo a velocidade 

das tartarugas mais que a dos mísseis. 

Tenho em mim um atraso de nascença. 

Eu fui aparelhado 

para gostar de passarinhos. 

Tenho abundância de ser feliz por isso. 

Meu quintal é maior do que o mundo. 

Sou um apanhador de desperdícios: 

Amo os restos 

como as boas moscas. 

Queria que a minha voz tivesse um formato 

de canto. 

Porque eu não sou da informática: 

eu sou da invencionática. 

Só uso a palavra para compor meus silêncios. 

BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa. Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74. 

É próprio da poesia de Manoel de Barros valorizar seres e coisas considerados, em geral, de menor importância no mundo moderno. No poema de Manoel de Barros, essa valorização é expressa por meio da linguagem 

a) denotativa, para evidenciar a oposição entre elementos da natureza e da modernidade.
b) rebuscada de neologismos que depreciam elementos próprios do mundo moderno.
c) hiperbólica, para elevar o mundo dos seres insignificantes.
d) simples, porém expressiva no uso de metáforas para definir o fazer poético do eu lírico poeta.
e) referencial, para criticar o instrumentalismo técnico e o pragmatismo da era da informação digital.

Gabarito: D 

Resolução: 

Manoel de Barros recorre às linguagens poética e metafórica além da denotativa e da referencial. É errado afirmar que o autor use uma linguagem rebuscada, hiperbólica ou exagerada, mesmo que ele crie neologismos (como “invencionática”). 

(ENEM 2014) 

Psicologia de um vencido 

Eu, filho do carbono e do amoníaco, 

Monstro de escuridão e rutilância, 

Sofro, desde a epigênesis da infância, 

A influência má dos signos do zodíaco. 

 

Profundíssimamente hipocondríaco, 

Este ambiente me causa repugnância... 

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia 

Que se escapa da boca de um cardíaco. 

 

Já o verme — este operário das ruínas — 

Que o sangue podre das carnificinas 

Come, e à vida em geral declara guerra, 

 

Anda a espreitar meus olhos para roê-los, 

E há de deixar-me apenas os cabelos, 

Na frialdade inorgânica da terra! 

ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. 

A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se marcas dessa literatura de transição, como  

a) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas e o vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo.
b) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como "Monstro de escuridão e rutilância" e "influência má dos signos do zodíaco".
c) a seleção lexical emprestada ao cientificismo, como se lê em "carbono e amoníaco", "epigênesis da infância" e "frialdade inorgânica", que restitui a visão naturalista do homem.
d) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética, e o desconcerto existencial.
e) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica, que incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos modernistas.

Gabarito: D 

Resolução: 

O poema de Augusto dos Anjos não tem um vocabulário requintado. Ainda, o modernismo não retoma o cientificismo nem o ceticismo característico do autor. As metáforas citadas na alternativa B não se referem ao simbolismo. O poema tem outras características da literatura do final do século 19 além do vocabulário cientificista. Ele apresenta o rigor formal do parnasianismo e do simbolismo ao ter o formato de soneto de métrica e rimas regualres. O texto também apresenta um desconcerto existencial, marcado pelo pessimismo e pelo ceticismo, típico da passagem do século 19 para o 20. 

(ENEM 2017) 

Garcia tinha-se chegado ao cadáver, levantara o lenço e contemplara por alguns instantes as feições defuntas. Depois, como se a morte espiritualizasse tudo, inclinou-se e beijou-a na testa. Foi nesse momento que Fortunato chegou à porta. Estacou assombrado; não podia ser o beijo da amizade, podia ser o epílogo de um livro adúltero [...]. 

Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra vez o cadáver, mas então não pôde mais. O beijo rebentou em soluços, e os olhos não puderam conter as lágrimas, que vieram em borbotões, lágrimas de amor calado, e irremediável desespero. Fortunato, à porta, onde ficara, saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, muito longa, deliciosamente longa. 

ASSIS, M. A causa secreta. Disponível em: . Acesso em: 9 out. 2015. 

No fragmento, o narrador adota um ponto de vista que acompanha a perspectiva de Fortunato. O que singulariza esse procedimento narrativo é o registro do(a) 

a) indignação face à suspeita do adultério da esposa.
b) tristeza compartilhada pela perda da mulher amada.
c) espanto diante da demonstração de afeto de Garcia.
d) prazer da personagem em relação ao sofrimento alheio.
e) superação do ciúme pela comoção decorrente da morte.

Gabarito: D 

Resolução: 

No fragmento do conto, o narrador adota um ponto de vista que acompanha a perspectiva de Fortunato. As ações deste personagem são apresentadas como sádicas, pois Fortunato sente prazer com o sofrimento alheio. No caso, o sofrimento de Garcia ("Fortunato, à porta, onde ficara, saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, muito longa, deliciosamente longa"). 

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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