4 livros de Clarice Lispector que já caíram no Enem

Postado em 18 de jun de 2022
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Os livros de Clarice Lispector sempre aparecem no Enem.

Afinal, a autora foi uma das notáveis da literatura brasileira, pertencendo a terceira fase do modernismo, a Geração de 45.

Ela escreveu romances, poesias, crônicas e literatura infantil, sendo considerada até os dias de hoje uma das escritoras mais importantes do país.

Sua obra é repleta de mergulhos psicológicos profundos a partir de cenas do cotidiano, o que faz de seus livros produções extremamente singulares.

Neste artigo, falaremos mais sobre a carreira da autora e apresentaremos os principais livros de Clarice Lispector para se preparar para o Enem. Confira!

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Quem foi Clarice Lispector

Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, em 1920. Porém, com dois meses de idade, chegou ao Brasil, com seus pais e duas irmãs.

Em 1924, sua família se mudou para Recife, motivo pelo qual ela se considerava pernambucana.

Ela perdeu a mãe quando tinha apenas oito anos de idade e três anos depois mudou-se para o Rio de Janeiro.

No Rio de Janeiro, Clarice ingressou na faculdade de Direito, onde concluiu a graduação em 1943.

Além da carreira literária, a escritora trabalhou como jornalista na Agência Nacional e no jornal A Noite.

Sua estreia na literatura aconteceu em 1940, quando a escritora publicou seu primeiro conto. Em 1942, veio o primeiro romance publicado: Perto do coração selvagem.

A partir disso, Clarice publicou diversos romances, novelas, contos, crônicas e obras de literatura infantil.

Suas produções fazem parte da terceira fase do modernismo brasileiro, a Geração de 45.

A seguir, apresentamos mais características de suas obras.

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CARACTERÍSTICAS DA OBRA DE CLARICE LISPECTOR

A característica mais marcante dos livros de Clarice Lispector era sua forma extremamente poética de escrever.

A autora tinha uma prosa muito intimista, ou seja, que valorizava a jornada interna/psicológica do personagem.

Em função disso, era muito comum que seus personagens estivessem em um estado mais introspectivo e solitário, olhando para dentro de si e pensando em suas emoções ao longo das narrativas.

Além disso, sua prosa intimista também se revelava no seu foco em conflitos internos do ser humano, envolvendo questões psicológicas e, até mesmo, espirituais e metafísicas.

Diversos romances da autora continham páginas e páginas em que nenhuma ação acontecia —- a narrativa buscava evidenciar como a mente da personagem estava em constante movimento.

Esse estilo de narrativa era possível devido ao fluxo de consciência, artifício em que o autor escreve mostrando a forma como a personagem pensa e como os seus pensamentos vão mudando com rapidez.

O uso do fluxo de consciência é outra característica que perpassa as obras de Lispector.

Todos esses aspectos da literatura de Clarice Lispector tornaram seus livros e sua escrita referências até os dias de hoje.

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A Geração de 45 do modernismo brasileiro

Clarice Lispector fez parte da terceira fase do modernismo brasileiro, conhecida como Geração de 45. Então, para fins didáticos, é interessante conhecer um pouco mais sobre esse período em que a autora está inserida.

O modernismo no Brasil foi um movimento artístico, cultural e literário que se caracterizou pela liberdade estética, o nacionalismo e a crítica social.

As obras da terceira fase se caracterizam pelo seu caráter experimental, além da crítica sociopolítica e da metalinguagem.

Nesse período, houve uma grande diversidade na prosa, destacando-se três tipos:

PROSA URBANA

É prosa ambientada nos espaços da cidade, em detrimento do campo e do espaço agrário. Nesse estilo, destaca-se a escritora Lygia Fagundes Telles.

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PROSA REGIONALISTA

É a prosa que engloba os aspectos do campo, da vida agrária, da fala coloquial e regionalista. Um dos principais expoentes foi Guimarães Rosa.

PROSA INTIMISTA

Por fim, a prosa intimista é aquela que foca nos temas humanos, buscando narrativas mais íntimas, psicológicas e subjetivas. Esses aspectos são observados nas obras de Clarice Lispector e de Lygia Fagundes Telles.

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Livros de Clarice Lispector - foto da autora em um escritório com livros

Agora que você já sabe mais sobre a Clarice Lispector e seu contexto artístico, vamos conhecer os livros da autora que já caíram no Enem? Confira a lista a seguir:

1. UMA APRENDIZAGEM OU O LIVRO DOS PRAZERES (1969)

A obra Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres foi publicada em 1969. Ela narra a história de Lóri, uma mulher em busca de autoconhecimento.

Fechada e travada, Lóri conhecia o amor apenas de forma idealizada, tornando-se, de certa forma, incapaz de sentir prazer e encontrar seus reais desejos.

Assim, ao longo da narrativa, ela parte em uma jornada interna de descobrimento e amadurecimento.

Ao seu lado está Ulisses, seu tutor e amante, que a acompanha e a auxilia no encontro com seu próprio corpo.

Ao final da obra, a protagonista reencontra seu eu perdido, que estava adormecido em meio a tanto preconceito no que concerne ao amor e ao prazer feminino.

O livro é considerado um romance intimista. Nele, podemos encontrar características marcantes da literatura de Lispector, como a narrativa em fluxo de consciência e a profunda análise psicológica dos personagens.

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2. ONDE ESTIVESTES DE NOITE (1974)

Publicado em 1974, Onde Estivestes de Noite reúne 17 crônicas trágicas e cômicas.

Na obra, as dores e as aflições do cotidiano banal são reveladas ora por descrições angustiadas e delirantes, ora por detalhes bizarros, risíveis e bem-humorados.

Como sugere o título, a obra explora as dimensões oníricas da noite, como lugar de rituais, de acontecimentos improváveis e de explorar as camadas mais íntimas do ser humano.

As narrativas compõe uma cartografia de impressões, sensações e notícias da vida de Clarice.

É uma obra que destaca em sua literatura pelos elementos oníricos, macabros e grotescos que a caracterizam.

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3. A HORA DA ESTRELA (1977)

A Hora da Estrela foi lançado pouco antes do falecimento da escritora, em 1977.

A obra é protagonizada pela solitária Macabéa, alagoana que trabalha como datilógrafa no Rio de Janeiro.

O narrador é o escritor Rodrigo S. M., que está à espera da morte e escreve essa história “na hora mesmo em que sou lido”.

Macabéa é introduzida aos poucos na narrativa, sobressaindo-se das reflexões de Rodrigo S. M.

Desprovida de atrativos, Macabéa passa as horas vagas ouvindo o rádio e namorando o metalúrgico nordestino Olímpico, que acaba a deixando para ficar com Glória.

A protagonista continua sozinha até que um dia, seguindo uma recomendação de Glória, visita uma cartomante que revela toda a inutilidade de sua vida, mas também prevê o casamento com um estrangeiro rico.

O romance aborda um tema tradicional de nossa literatura: o contato do imigrante nordestino com a cidade grande, assunto que carrega uma forte carga política.

É interessante notar que ela aborda a questão sem abandonar o psicologismo e intimismo de suas obras.

Em função disso, A Hora da Estrela é tida como uma das principais obras da autora, sendo a mais cobrada em vestibulares e no Enem.

4. A DESCOBERTA DO MUNDO (1984)

Além da carreira literária, Clarice Lispector exerceu o jornalismo desde 1941, quando ingressou como repórter na Agência Nacional. Ao trabalhar na área, a autora produziu muitas crônicas para diversos jornais e periódicos.

A Descoberta do Mundo é um livro que reúne as crônicas que ela escreveu para o Jornal Brasil. Elas foram compiladas após sua morte.

Nesses textos, a autora discorre sobre temas variados, como acontecimentos recentes ou cotidianos, suas angústias e indagações acerca da existência.

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Mariana Moraes

Por Mariana Moraes

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