Resumo das 5 obras de José de Alencar que mais caem no Enem

Postado em 22 de jun de 2023
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José de Alencar foi um dos autores mais importantes da literatura brasileira. Não é à toa que muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores o consideram um dos maiores nomes da literatura nacional até os dias de hoje.

Dada a importância do autor, as produções de Alencar costumam aparecer de forma frequente no Enem e nos principais vestibulares do Brasil. Mas, você sabe em quais livros focar na hora de estudar?

Neste artigo, apresentamos um resumo dos 5 principais livros de José de Alencar para você se preparar. Fique conosco!

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Como José de Alencar aparece no Enem

No Enem, as questões sobre José de Alencar aparecem principalmente na prova de Linguagens e suas Tecnologias. Mas, também é possível encontrar perguntas associadas ao autor na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias, o que é menos comum.

Na prova de Linguagens, a maioria das questões relacionadas a José de Alencar aborda aspectos fundamentais da sua obra, exigindo que o candidato saiba identificar as características de cada produção, incluindo o que as torna singulares e as interpretações possíveis.

José de Alencar pertence ao movimento conhecido como romantismo brasileiro, que se consolidou principalmente entre as décadas de 1840 e 1870.

O autor fez parte da 1ª geração de românticos no Brasil, sendo o maior nome da prosa indianista — temática de cunho nacionalista, que recebe essa nome pela idealização da figura do indígena, tratado como herói nacional.

Das características do romantismo, a tentativa de criar uma tradição cultural brasileira, embasada principalmente nos romances indianistas e históricos, é a que mais se destaca em suas obras.

Além dos romances indianistas e históricos, Alencar foi autor também de romances urbanos, que se passavam sobretudo na corte carioca, e regionalistas, em localidades nas províncias brasileiras.

A seguir, reunimos as principais características das produções de José de Alencar. Confira:

  • Predomínio de textos em prosa, sobretudo na forma do romance;
  • Ufanismo e nacionalismo;
  • Orientada à formação de uma tradição cultural brasileira;
  • Dividida em períodos: indianista, urbano, regionalista e histórico;
  • Crítica de costumes, principalmente da hipocrisia moral burguesa;
  • Multiplicidade de paisagens geográficas;
  • Diversidade de períodos históricos contemplados.
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QUEM FOI JOSÉ DE ALENCAR

José de Alencar foi um escritor brasileiro atuante no século XIX, um dos principais nomes da literatura de sua época. Foi também orador, político, advogado e crítico.

Seu trabalho literário tinha como horizonte a consolidação de uma tradição cultural brasileira, o que o levou a escrever romances ambientados em diversas paisagens e períodos históricos.

Pensador de grande influência, Alencar também é patrono da cadeira n. 23 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Machado de Assis.

O autor escreveu crônicas e críticas literárias, mas seu grande destaque foi a prosa, tendo escrito diversos romances entre 1856 e 1893, além de contribuir também para a dramaturgia.

A seguir, trazemos um resumo de suas principais obras!

Resumo das 5 obras de José de Alencar - imagem de José de Alencar

1. Resumo de “Senhora”

Senhora foi publicado em 1875. O livro é dividido em quatro partes e tem como tema central o casamento por interesse.

Na primeira parte da obra, intitulada “O preço do casamento”, somos apresentados à jovem Aurélia, uma moça rica e frequentadora de bailes da alta sociedade.

Em um baile de costume, Aurélia começou a se questionar sobre sua educação e seu destino. Escreveu, assim, uma carta ao Sr. Lemos, dando-lhe a missão de arrumar seu casamento com o atual noivo de Adelaide Amaral — Fernando Seixas.

Seixas pertencia a uma família pobre e pretendia arrumar um casamento com uma moça rica para oferecer melhores condições para sua mãe e suas irmãs. Lemos faz a proposta de casamento a Seixas, que mesmo sem conhecer a noiva, recebe um adiantamento do alto dote e aceita o compromisso.

Na segunda parte, chamada “Quitação”, é contada a história de Aurélia. Já na terceira parte, intitulada “Posse”, conhecemos a rotina de Aurélia e Fernando enquanto casal.

Eles vivem uma vida de aparência; desfilam de mãos dadas, trocam carinhos e gentilezas diante de bailes ou de amigos. Mas quando estão sozinhos, trocam palavras ferinas e acusações.

Na quarta e última parte, chamada “Resgate”, temos os principais acontecimentos da trama.

Os desejos não realizados de Aurélia e Fernando são passados pelo autor com muito erotismo. Porém, por orgulho, Fernando e Aurélia não se deixam envolver. Podemos notar nessa parte a visível transformação de Fernando que passa a recusar o luxo que tanto já desejara.

Fernando passa então a trabalhar dedicadamente e faz um negócio importante, em que arrecada um valor e devolve para Aurélia todo o dinheiro do dote. Ele então pede o divórcio.

Comprovada a mudança de Fernando, Aurélia lhe mostra o seu testamento escrito no dia do casamento, onde é deixada para Fernando toda sua fortuna e é declarado o seu amor por ele. O casamento então se consuma e os dois se tornam um casal verdadeiro de amantes.

Leia a obra completa aqui.

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2. Resumo de “Lucíola”

Lucíola é o quinto romance de José de Alencar, publicado em 1862.

Ele é narrado por Paulo. Esse personagem se torna narrador para contar à Sr.ª G.M. o romance que viveu com uma cortesã chamada Lúcia.

Tudo começa em 1855, quando Paulo chega ao Rio de Janeiro e vê pela primeira vez Lúcia.

Sem conhecer sua verdadeira vida, apaixona-se à primeira vista, pois enxerga nela uma encantadora menina.

Contudo, essa impressão se desfaz na Festa da Glória, em que Sá, representante dos valores e preconceitos da sociedade, a apresenta como uma mulher bonita e não como uma senhora. A partir de então, Paulo começa a visitar Lúcia em sua casa.

Para Lúcia, Paulo é o caminho para chegar à salvação. E na tentativa de se afastar da sociedade e deixar definitivamente a vida de cortesã para trás, ela se muda para uma casa mais simples no interior junto com sua irmã mais nova, Ana.

Nesse momento da trama, não existe mais o amor carnal entre Paulo e Lúcia. Há um amor espiritual – Lúcia chega até a fingir que estava doente para não mais haver mais contato íntimo entre os dois.

É nessa altura que ela também conta o verdadeiro motivo que a levou à vida de cortesã – seu primeiro cliente foi Couto, pois sua família estava com febre amarela e sem recursos financeiros para o tratamento.

Revela também que seu verdadeiro nome é Maria da Glória. Lúcia era uma antiga amiga que morreu e ela tomou emprestado seu nome.

A redenção de Lúcia culmina com a descoberta de sua gravidez e não aceitação dela.

Mesmo com o melhor parteiro afirmando que a criança em seu ventre estaria viva, Lúcia acredita que seu corpo é sujo e morto, e por isso não é capaz de gerar um filho. Assim, ela morre grávida.

Paulo, atendendo a um pedido seu, cuida de Ana até que ela se case

As obras Lucíola e Senhora, que vimos anteriormente, se enquadram nos chamados romances urbanos de Alencar, onde o cotidiano e os costumes de uma sociedade burguesa são relatados.

Leia a obra completa aqui.

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3. Resumo de “Iracema”

Iracema foi publicado em 1865 e faz parte da trilogia indianista de José de Alencar. Os outros dois romances pertencentes à trilogia são O Guarani, que falaremos na sequência, e Ubirajara.

A obra tem como foco o casal Iracema e Martim.

Na obra, o primeiro encontro dos dois se dá quando Iracema está repousando e é assustada por um guerreiro estranho. Esse guerreiro é Martim, português responsável por defender o território brasileiro de outros invasores europeus.

Assustada com a presença do forasteiro, Iracema dispara uma flecha contra Martim. Ele não reage à agressão, e Iracema entende que feriu um inocente.

Em pacto de paz, ela leva o estrangeiro ferido para sua aldeia, a tribo Tabajara. Durante sua estadia na aldeia, Iracema e Martim se aproximam e começam a nutrir uma forte paixão um pelo outro.

Contudo, Iracema tem um papel importante na tribo: é uma virgem consagrada a Tupã, guardadora do segredo da jurema, um licor sagrado, que levava ao êxtase os índios tabajaras.

Mesmo assim, Iracema e o estrangeiro português envolvem-se amorosamente, e a índia quebra o voto de castidade, o que significa uma condenação à morte.

Assim, Iracema e Martim precisam fugir da aldeia tabajara antes que a tribo perceba que a virgem rompeu o voto de castidade.

Eles se juntam a Poti, índio pitiguara, a quem Martim tratava como irmão. Quando os tabajaras percebem a fuga, partem em perseguição aos amantes liderada por Irapuã e Caiubi, o irmão de Iracema. Uma sangrenta batalha começa a ser travada.

Não muito tempo depois, Iracema descobre-se grávida, mas Martim precisa partir para defender, junto a Poti, a tribo pitiguara, que está sob ataque.

Iracema acaba tendo o filho sozinha, e batiza a criança de Moacir, o nascido de seu sofrimento.

Ferida pelo parto e pela tristeza profunda, o leite de Iracema seca; Martim chega a tempo de Iracema entregar-lhe a criança e falecer logo em seguida.

Moacir representa o primeiro cearense e a gênese da nacionalidade brasileira, fruto do enlace entre o colonizador e o indígena.

Através de uma linguagem tipicamente brasileira, cheia de metáforas e palavras indígenas, José de Alencar demonstra singularidade na representação e afirmação da cultura brasileira.

Leia a obra completa aqui.

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4. Resumo de “O Guarani”

A obra O Guarani foi desenvolvida em princípio para folhetim. No dia 1º de janeiro de 1857, foi publicado o capítulo inicial do romance no Diário do Rio de Janeiro.

A obra tem como espaço o interior do Rio de Janeiro, no início do século XVII, onde Dom Antônio de Mariz vive com sua família numa fazenda.

Dona Lauriana é sua esposa, Cecília, sua filha e D. Diogo, seu filho. Antônio conhece Peri, um índio da tribo dos Goitacases e com ele estreita laços de amizade.

Antônio teve um caso extraconjugal com uma índia e dele nasceu Isabel. A garota é apaixonada por Álvaro, entretanto, ele tem grande interesse em Cecília.

Quando o filho de Antônio, Diogo, mata sem intenção uma índia da tribo Aimoré, tem início uma briga para atingir sua família. Essa tribo era antropófaga e, portanto, comia seus inimigos.

Numa das passagens, eles tentam matar Cecília, no entanto, Peri que já a tinha livrado de uma morte uma vez, intervém novamente pela garota.

A mulher de Antônio, D. Lauriana, contudo, acha que a aproximação de Peri com sua família é uma grande ameaça.

Porém, quando ela tenta convencer o marido para expulsar o índio de suas terras, Peri revela a intenção de ataque da tribo Aimoré. Dessa maneira, ele é convidado a ficar com a família.

Mais adiante na trama, a casa de Antônio começa a sofrer diversos ataques, por parte de seus empregados traidores e dos índios aimorés.

Diante disso, Peri tenta atacar os Aimorés, colocando veneno nas águas que eles beberiam, e alguns chegam a morrer.

Peri consome também essa água envenenada e quando Ceci descobre, pede a ele para viver. Assim, ele faz um antídoto de ervas e acaba sobrevivendo.

A pedido de Ceci, Álvaro, que já estava entregue ao amor de Isabel, acaba por interceder na luta. No entanto, morre numa das emboscadas. Nisso, o corpo dele é levado para um cômodo da casa, e Isabel morre também abraçada ao seu corpo.

Por fim, D. Antônio explode sua casa com muitos de seus inimigos dentro. Nesse momento, pede a Peri para levar Cecília com ele.

No fim do enredo, eles fogem numa canoa e somem no horizonte.

Leia a obra completa aqui.

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5. Resumo de “O Sertanejo”

O Sertanejo é um dos romances regionalistas de José de Alencar. Foi publicado em 1875 e apresenta personagens característicos do sertão brasileiro representados pelo povo sertanejo.

Nos primeiros capítulos do livro, o narrador apresenta a paisagem do sertão. A história se passa no nordeste e tem como personagem-narrador Severino. Ele é representante de um povo sofrido, que luta contra a fome, sede e miséria.

O personagem principal do enredo é Arnaldo Loureiro, um vaqueiro cearense, simples, mas que luta pelo que quer e enfrenta tudo pelo amor e seus ideais.

O vaqueiro trabalha para o capitão-mor Arnaldo Campelo. Arnaldo enfrenta todos os riscos necessários com a esperança de um dia conquistar a simpatia da meia irmã do capitão-mor, Dona Flor. Contudo, Dona Flor é prometida para Leandro Barbilho.

No dia do casamento de Dona Flor e Leandro Barbilho, inimigos do capitão-mor surgem, acontecendo um tiroteio em que Barbilho morre. Arnaldo Loureiro tenta consolar Flor, enquanto ela lamenta.

Por fim, o capitão-mor reconhece a bravura e dignidade de Arnaldo, permitindo que ele use seu sobrenome, Campelo.

Leia a obra completa aqui.

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Mariana Moraes

Por Mariana Moraes

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