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Resumo das 5 obras de José de Alencar que mais caem no Enem

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Como José de Alencar aparece no Enem

No Enem, as questões sobre José de Alencar aparecem principalmente na prova de Linguagens e suas Tecnologias. Mas, também é possível encontrar perguntas associadas ao autor na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias, o que é menos comum.

Na prova de Linguagens, a maioria das questões relacionadas a José de Alencar aborda aspectos fundamentais da sua obra, exigindo que o candidato saiba identificar as características de cada produção, incluindo o que as torna singulares e as interpretações possíveis.

José de Alencar pertence ao movimento conhecido como romantismo brasileiro, que se consolidou principalmente entre as décadas de 1840 e 1870.

O autor fez parte da 1ª geração de românticos no Brasil, sendo o maior nome da prosa indianista — temática de cunho nacionalista, que recebe essa nome pela idealização da figura do indígena, tratado como herói nacional.

Das características do romantismo, a tentativa de criar uma tradição cultural brasileira, embasada principalmente nos romances indianistas e históricos, é a que mais se destaca em suas obras.

Além dos romances indianistas e históricos, Alencar foi autor também de romances urbanos, que se passavam sobretudo na corte carioca, e regionalistas, em localidades nas províncias brasileiras.

A seguir, reunimos as principais características das produções de José de Alencar. Confira:

  • Predomínio de textos em prosa, sobretudo na forma do romance;
  • Ufanismo e nacionalismo;
  • Orientada à formação de uma tradição cultural brasileira;
  • Dividida em períodos: indianista, urbano, regionalista e histórico;
  • Crítica de costumes, principalmente da hipocrisia moral burguesa;
  • Multiplicidade de paisagens geográficas;
  • Diversidade de períodos históricos contemplados.

>>> Leia também: Os 7 livros que mais caem no Enem

Quem foi José de Alencar

José de Alencar foi um escritor brasileiro atuante no século XIX, um dos principais nomes da literatura de sua época. Foi também orador, político, advogado e crítico.

Seu trabalho literário tinha como horizonte a consolidação de uma tradição cultural brasileira, o que o levou a escrever romances ambientados em diversas paisagens e períodos históricos.

Pensador de grande influência, Alencar também é patrono da cadeira n. 23 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Machado de Assis.

O autor escreveu crônicas e críticas literárias, mas seu grande destaque foi a prosa, tendo escrito diversos romances entre 1856 e 1893, além de contribuir também para a dramaturgia.

A seguir, trazemos um resumo de suas principais obras!

>>> Leia também: Literatura no Enem: conheça as escolas literárias brasileiras

1. Resumo de “Senhora”

Senhora foi publicado em 1875. O livro é dividido em quatro partes e tem como tema central o casamento por interesse.

Na primeira parte da obra, intitulada “O preço do casamento”, somos apresentados à jovem Aurélia, uma moça rica e frequentadora de bailes da alta sociedade.

Em um baile de costume, Aurélia começou a se questionar sobre sua educação e seu destino. Escreveu, assim, uma carta ao Sr. Lemos, dando-lhe a missão de arrumar seu casamento com o atual noivo de Adelaide Amaral — Fernando Seixas.

Seixas pertencia a uma família pobre e pretendia arrumar um casamento com uma moça rica para oferecer melhores condições para sua mãe e suas irmãs. Lemos faz a proposta de casamento a Seixas, que mesmo sem conhecer a noiva, recebe um adiantamento do alto dote e aceita o compromisso.

Na segunda parte, chamada “Quitação”, é contada a história de Aurélia. Já na terceira parte, intitulada “Posse”, conhecemos a rotina de Aurélia e Fernando enquanto casal.

Eles vivem uma vida de aparência; desfilam de mãos dadas, trocam carinhos e gentilezas diante de bailes ou de amigos. Mas quando estão sozinhos, trocam palavras ferinas e acusações.

Na quarta e última parte, chamada “Resgate”, temos os principais acontecimentos da trama.

Os desejos não realizados de Aurélia e Fernando são passados pelo autor com muito erotismo. Porém, por orgulho, Fernando e Aurélia não se deixam envolver. Podemos notar nessa parte a visível transformação de Fernando que passa a recusar o luxo que tanto já desejara.

Fernando passa então a trabalhar dedicadamente e faz um negócio importante, em que arrecada um valor e devolve para Aurélia todo o dinheiro do dote. Ele então pede o divórcio.

Comprovada a mudança de Fernando, Aurélia lhe mostra o seu testamento escrito no dia do casamento, onde é deixada para Fernando toda sua fortuna e é declarado o seu amor por ele. O casamento então se consuma e os dois se tornam um casal verdadeiro de amantes.

Leia a obra completa aqui.

2. Resumo de “Lucíola”

Lucíola é o quinto romance de José de Alencar, publicado em 1862.

Ele é narrado por Paulo. Esse personagem se torna narrador para contar à Sr.ª G.M. o romance que viveu com uma cortesã chamada Lúcia.

Tudo começa em 1855, quando Paulo chega ao Rio de Janeiro e vê pela primeira vez Lúcia.

Sem conhecer sua verdadeira vida, apaixona-se à primeira vista, pois enxerga nela uma encantadora menina.

Contudo, essa impressão se desfaz na Festa da Glória, em que Sá, representante dos valores e preconceitos da sociedade, a apresenta como uma mulher bonita e não como uma senhora. A partir de então, Paulo começa a visitar Lúcia em sua casa.

Para Lúcia, Paulo é o caminho para chegar à salvação. E na tentativa de se afastar da sociedade e deixar definitivamente a vida de cortesã para trás, ela se muda para uma casa mais simples no interior junto com sua irmã mais nova, Ana.

Nesse momento da trama, não existe mais o amor carnal entre Paulo e Lúcia. Há um amor espiritual – Lúcia chega até a fingir que estava doente para não mais haver mais contato íntimo entre os dois.

É nessa altura que ela também conta o verdadeiro motivo que a levou à vida de cortesã – seu primeiro cliente foi Couto, pois sua família estava com febre amarela e sem recursos financeiros para o tratamento.

Revela também que seu verdadeiro nome é Maria da Glória. Lúcia era uma antiga amiga que morreu e ela tomou emprestado seu nome.

A redenção de Lúcia culmina com a descoberta de sua gravidez e não aceitação dela.

Mesmo com o melhor parteiro afirmando que a criança em seu ventre estaria viva, Lúcia acredita que seu corpo é sujo e morto, e por isso não é capaz de gerar um filho. Assim, ela morre grávida.

Paulo, atendendo a um pedido seu, cuida de Ana até que ela se case

As obras Lucíola e Senhora, que vimos anteriormente, se enquadram nos chamados romances urbanos de Alencar, onde o cotidiano e os costumes de uma sociedade burguesa são relatados.

Leia a obra completa aqui.

3. Resumo de “Iracema”

Iracema foi publicado em 1865 e faz parte da trilogia indianista de José de Alencar. Os outros dois romances pertencentes à trilogia são O Guarani, que falaremos na sequência, e Ubirajara.

A obra tem como foco o casal Iracema e Martim.

Na obra, o primeiro encontro dos dois se dá quando Iracema está repousando e é assustada por um guerreiro estranho. Esse guerreiro é Martim, português responsável por defender o território brasileiro de outros invasores europeus.

Assustada com a presença do forasteiro, Iracema dispara uma flecha contra Martim. Ele não reage à agressão, e Iracema entende que feriu um inocente.

Em pacto de paz, ela leva o estrangeiro ferido para sua aldeia, a tribo Tabajara. Durante sua estadia na aldeia, Iracema e Martim se aproximam e começam a nutrir uma forte paixão um pelo outro.

Contudo, Iracema tem um papel importante na tribo: é uma virgem consagrada a Tupã, guardadora do segredo da jurema, um licor sagrado, que levava ao êxtase os índios tabajaras.

Mesmo assim, Iracema e o estrangeiro português envolvem-se amorosamente, e a índia quebra o voto de castidade, o que significa uma condenação à morte.

Assim, Iracema e Martim precisam fugir da aldeia tabajara antes que a tribo perceba que a virgem rompeu o voto de castidade.

Eles se juntam a Poti, índio pitiguara, a quem Martim tratava como irmão. Quando os tabajaras percebem a fuga, partem em perseguição aos amantes liderada por Irapuã e Caiubi, o irmão de Iracema. Uma sangrenta batalha começa a ser travada.

Não muito tempo depois, Iracema descobre-se grávida, mas Martim precisa partir para defender, junto a Poti, a tribo pitiguara, que está sob ataque.

Iracema acaba tendo o filho sozinha, e batiza a criança de Moacir, o nascido de seu sofrimento.

Ferida pelo parto e pela tristeza profunda, o leite de Iracema seca; Martim chega a tempo de Iracema entregar-lhe a criança e falecer logo em seguida.

Moacir representa o primeiro cearense e a gênese da nacionalidade brasileira, fruto do enlace entre o colonizador e o indígena.

Através de uma linguagem tipicamente brasileira, cheia de metáforas e palavras indígenas, José de Alencar demonstra singularidade na representação e afirmação da cultura brasileira.

Leia a obra completa aqui.

>>> Leia também: Sim, Literatura cai no Enem. Veja como se preparar para a prova

4. Resumo de “O Guarani”

A obra O Guarani foi desenvolvida em princípio para folhetim. No dia 1º de janeiro de 1857, foi publicado o capítulo inicial do romance no Diário do Rio de Janeiro.

A obra tem como espaço o interior do Rio de Janeiro, no início do século XVII, onde Dom Antônio de Mariz vive com sua família numa fazenda.

Dona Lauriana é sua esposa, Cecília, sua filha e D. Diogo, seu filho. Antônio conhece Peri, um índio da tribo dos Goitacases e com ele estreita laços de amizade.

Antônio teve um caso extraconjugal com uma índia e dele nasceu Isabel. A garota é apaixonada por Álvaro, entretanto, ele tem grande interesse em Cecília.

Quando o filho de Antônio, Diogo, mata sem intenção uma índia da tribo Aimoré, tem início uma briga para atingir sua família. Essa tribo era antropófaga e, portanto, comia seus inimigos.

Numa das passagens, eles tentam matar Cecília, no entanto, Peri que já a tinha livrado de uma morte uma vez, intervém novamente pela garota.

A mulher de Antônio, D. Lauriana, contudo, acha que a aproximação de Peri com sua família é uma grande ameaça.

Porém, quando ela tenta convencer o marido para expulsar o índio de suas terras, Peri revela a intenção de ataque da tribo Aimoré. Dessa maneira, ele é convidado a ficar com a família.

Mais adiante na trama, a casa de Antônio começa a sofrer diversos ataques, por parte de seus empregados traidores e dos índios aimorés.

Diante disso, Peri tenta atacar os Aimorés, colocando veneno nas águas que eles beberiam, e alguns chegam a morrer.

Peri consome também essa água envenenada e quando Ceci descobre, pede a ele para viver. Assim, ele faz um antídoto de ervas e acaba sobrevivendo.

A pedido de Ceci, Álvaro, que já estava entregue ao amor de Isabel, acaba por interceder na luta. No entanto, morre numa das emboscadas. Nisso, o corpo dele é levado para um cômodo da casa, e Isabel morre também abraçada ao seu corpo.

Por fim, D. Antônio explode sua casa com muitos de seus inimigos dentro. Nesse momento, pede a Peri para levar Cecília com ele.

No fim do enredo, eles fogem numa canoa e somem no horizonte.

Leia a obra completa aqui.

5. Resumo de “O Sertanejo”

O Sertanejo é um dos romances regionalistas de José de Alencar. Foi publicado em 1875 e apresenta personagens característicos do sertão brasileiro representados pelo povo sertanejo.

Nos primeiros capítulos do livro, o narrador apresenta a paisagem do sertão. A história se passa no nordeste e tem como personagem-narrador Severino. Ele é representante de um povo sofrido, que luta contra a fome, sede e miséria.

O personagem principal do enredo é Arnaldo Loureiro, um vaqueiro cearense, simples, mas que luta pelo que quer e enfrenta tudo pelo amor e seus ideais.

O vaqueiro trabalha para o capitão-mor Arnaldo Campelo. Arnaldo enfrenta todos os riscos necessários com a esperança de um dia conquistar a simpatia da meia irmã do capitão-mor, Dona Flor. Contudo, Dona Flor é prometida para Leandro Barbilho.

No dia do casamento de Dona Flor e Leandro Barbilho, inimigos do capitão-mor surgem, acontecendo um tiroteio em que Barbilho morre. Arnaldo Loureiro tenta consolar Flor, enquanto ela lamenta.

Por fim, o capitão-mor reconhece a bravura e dignidade de Arnaldo, permitindo que ele use seu sobrenome, Campelo.

Leia a obra completa aqui.

--> José de Alencar foi um dos autores mais importantes da literatura brasileira. Não é à toa que muitos críticos, ...
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Graciliano Ramos: livros que mais caem no Enem [Literatura no Enem]

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Como os livros de Graciliano Ramos aparecem no Enem

No Enem, as questões sobre os livros de Graciliano Ramos aparecem principalmente na prova de Linguagens e suas Tecnologias.

Contudo, também é possível encontrar perguntas associadas ao autor na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias, o que é menos comum.

Na prova de Linguagens, a maioria das questões relacionadas às obras do autor aborda aspectos fundamentais da sua literatura. Elas cobram que o candidato saiba identificar as principais características de cada produção, assim como associá-las ao contexto literário, histórico e social do país.

Graciliano Ramos pertenceu à escola literária conhecida como modernismo brasileiro, que se consolidou na primeira metade do século XX.

O autor se encaixava na Fase de Consolidação — segunda geração do modernismo brasileiro — , que ocorreu entre os anos de 1930 e 1945.

Essa fase foi marcada pela ficção regionalista, com especial ênfase na região nordestina.

Tem como destaque autores como Jorge Amado, José Lins do Rego, além, é claro, do próprio Graciliano Ramos

A crise cafeeira que assolava o país, o declínio econômico do Nordeste e as rupturas das estruturas sociais locais foram os principais fatos históricos responsáveis por abrir espaço a esse tipo de ficção.

Nesse contexto, Graciliano Ramos tornou sua obra mais uma vertente do romance regionalista, trazendo um estilo seco, conciso e sintético.

As obras do autor abrangem os problemas sociais do Nordeste. Seu olhar era crítico, ácido e preciso, abordando as relações humanas e tecendo críticas fortes quanto ao descaso com o sertão nordestino.

Confira a seguir mais características das obras de Graciliano Ramos:

  • Presença marcante da identidade nacional;
  • Destaque de características pontuais que cercavam o contexto vivido no nordeste brasileiro;
  • Prosa firme, objetiva e crítica;
  • Humanização de personagens não-humanos, como a personagem Baleia, em “Vidas Secas”;
  • Suas obras podem ser divididas em dois momentos: no primeiro, Graciliano dá mais voz às relações humanas, no segundo às paisagens retratadas.

>>> Leia mais: Os 7 livros que mais caem no Enem

Quem foi Graciliano Ramos



Graciliano Ramos (1892-1953) foi um escritor e jornalista brasileiro.

Ele nasceu em uma grande família de classe média e viveu os primeiros anos de sua infância migrando para diversas cidades da Região Nordeste do Brasil.

Seus primeiros trabalhos foram como jornalista na cidade do Rio de Janeiro, onde escreveu para os informativos O Malho e Correio da Manhã.

Seu primeiro romance foi “Caetés”, escrito em 1933. Na sequência, publicou a obra “São Bernardo”, em 1934.

Contudo, o escritor acabou preso em Maceió em março de 1936, acusado de ser militante comunista.

Esse incidente o inspiraria a escrever três de suas principais obras: “Angústia” (1936), o texto "Baleia", que daria origem à “Vidas Secas” em 1938, e o livro “Memórias do Cárcere”, publicado postumamente em 1953.

Já na década de 1940, Graciliano Ramos ingressou no Partido Comunista Brasileiro ao lado do militar e político Luís Carlos Prestes.

O escritor faleceu em 1953, aos 60 anos, no Rio de Janeiro. Suas obras póstumas notáveis incluem “Memórias do Cárcere”, a crônica “Viagem” e o livro de contos “Histórias de Alexandre”.

A seguir, trazemos um resumo dos principais livros de Graciliano Ramos. Confira!

>>> Leia mais: Resumo das 5 obras de José de Alencar que mais caem no Enem

1. Resumo de “São Bernardo” (1934)

Livro publicado em 1934, "São Bernardo" narra a história de um homem órfão, Paulo Honório, que ascende socialmente e vira dono da fazenda São Bernardo.

Narrado em primeira pessoa, através dos olhos de Paulo, a obra apresenta a fala coloquial e repleta de gírias da região nordestina da época de 30.

Ao longo do livro, Paulo nos conta a história de como enriqueceu.

Ele inicia dando detalhes sobre sua vida como um menino trabalhador na fazenda e, depois, explica como acaba se envolvendo em controvérsias e encrencas para alcançar o seu prestigioso objetivo de ser rico.

O livro é marcado por uma linguagem seca, formada por frases curtas e de adjetivação expressiva, adequando-se à expressão do homem rude que conta sua história, incapaz de grandes expansões sentimentais.

Esse uso da linguagem é uma das características estilísticas de Graciliano Ramos.

Além disso, nessa obra, o autor consegue articular com sensibilidade duas dimensões humanas: a social e a psicológica.

Do ponto de vista social, temos a trajetória de um homem em direção ao poder. Do ponto de vista psicológico, o embrutecimento de sua alma, obtido na mesma medida de seu enriquecimento.

>>> Leia mais: Qual a diferença entre prosa e poesia? [Literatura no Enem]

2. Resumo de “Vidas Secas” (1938)



Publicado em 1938, “Vidas Secas'' é a obra mais célebre de Graciliano Ramos.

O livro narra a história de uma família retirante que foge da seca nordestina. Assim, acompanhamos Fabiano, o pai, Sinhá Vitória, a mãe, os dois filhos e a cachorra Baleia em busca de uma vida mais digna.

De origem extremamente pobre, a família viaja até encontrar uma casa pequena na qual podem se instalar.

A casa, contudo, possuía um dono que os faz trabalhar para poderem viver sob aquele teto.

Durante esse período, Fabiano é preso, sua esposa sonha com uma cama de amarração de couro, o menino mais velho pergunta sobre palavras e o menino mais novo tenta montar em um cabrito.

O livro termina quando uma nova seca os expulsa novamente da terra onde estavam instalados, e a família deixa a fazenda e parte para o sul — mais uma vez em busca de sobrevivência.

Nessa obra, por meio de uma escrita regionalista, Graciliano aborda a pobreza e as dificuldades na vida dos retirantes no sertão nordestino. O livro é cheio de termos regionais e a escrita se aproxima mais da fala.

Assim como em outros romances da segunda fase do modernismo, essa obra aborda temas sociais com o propósito de denúncia e questionamento.

Além disso, “Vidas Secas” é uma obra que pode ser dividida em três dimensões:

  • há uma dimensão social da exploração e da opressão política;
  • há uma dimensão psicológica da repressão, fazendo surgir indivíduos marcados pela introspecção;
  • e há, por fim, uma dimensão natural da seca, o flagelo nordestino.

Outra característica marcante é o aprofundamento psicológico das personagens. Nesta obra, o autor retrata pessoas simples, mas com complexidades, o que as torna personagens extremamente profundas.

É interessante notar também que os capítulos estão soltos. Ou seja, não há uma linearidade que una os capítulos como costumava acontecer. Eles são quase como contos, com suas narrativas próprias.

Todas essas características tornam “Vidas Secas” um dos livros mais emblemáticos da literatura nacional.

>>> Leia mais: O que é sentido conotativo e denotativo [Literatura no Enem]

3. Resumo de “Memórias do Cárcere” (1953)

"Memórias do Cárcere" é um livro autobiográfico que foi publicado após a morte do escritor, em 1953.

Nele, o autor retrata o período em que foi preso político pelo regime de Getúlio Vargas, entre 1936 e 1937, por seu envolvimento com o comunismo.

Na obra, o escritor narra histórias pessoais e de companheiros que viveram com ele no cárcere. Assim, Graciliano retrata de forma dura as injustiças do governo da época, como censuras, desaparecimentos, torturas e até mortes.

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Como aproveitar ao máximo o tempo de prova do Enem

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Quanto tempo duram as provas do Enem?

O Enem acontece em dois domingos consecutivos, normalmente entre final de outubro e novembro, todos os anos.

No primeiro domingo de prova, os candidatos têm cinco horas e meia de prova.

Nesse tempo, eles devem responder 90 questões (45 de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e 45 de Ciências Humanas e suas Tecnologias) e escrever uma redação.

Nesse primeiro dia, a prova começa às 13h30 e termina às 19h (horário de Brasília).

Já no domingo seguinte, o tempo total de prova é de cinco horas.

Nesse período, os estudantes devem responder 90 questões (45 de Matemática e suas Tecnologias e 45 de Ciências da Natureza e suas Tecnologias).

No segundo domingo, a prova começa às 13h30 e termina às 18h30 (horário de Brasília).

É importante lembrarmos que dentro desse tempo de prova, além de responder às questões e escrever a redação, os estudantes devem preencher o cartão-resposta.

>>> Leia também: O que mais cai no Enem: conheça os assuntos abordados no exame

Quanto tempo devo gastar em cada questão do Enem?


Para entender quanto tempo você pode dedicar a cada questão, vamos fazer uma conta básica.

Para isso, vamos utilizar o tempo do segundo dia como base, ou seja, 5 horas, que totalizam 300 minutos.

Levando em conta esse tempo para resolver as 90 questões do dia, chegamos ao valor de 3,33 minutos para cada questão.

Contudo, é essencial lembrar que você deve reservar 30 minutos para preencher o cartão-resposta. Logo, restam exatamente três minutos para a resolução de cada questão.

Assim, podemos dizer que o candidato conta com cerca de três minutos para resolver cada questão do Enem.

O que é melhor fazer primeiro: a redação ou a prova do Enem?

Começar pela redação ou prova objetiva é uma decisão do estudante. Ela deve ser tomada levando em conta o seu perfil e método de prova.

Contudo, falando de forma geral, nossa dica é começar pela redação. Afinal, ela é a parte mais importante da prova.

Lembre-se que somente nela a correção não depende da TRI e os candidatos têm a chance de alcançar a tão sonhada nota 1000. E uma nota alta na redação pode ser decisiva na aprovação no curso que você sonha.

Por isso, se você ainda não sabe o que funciona melhor para você, comece a prova do primeiro dia pela redação.

Assim que receber os cadernos do dia, leia a proposta de redação e faça um esqueleto do que será o seu texto. Para isso, identifique a tese e os argumentos que você vai defender em cada parágrafo de desenvolvimento, assim como sua proposta de intervenção.

Depois disso, escreva o rascunho do seu texto dissertativo-argumentativo. O ideal é que esse processo leve 40 minutos.

Com o rascunho pronto, esqueça a redação e vá resolver as 90 questões que o esperam.

>>> Leia também: O que zera a redação do Enem?

Quando devo passar minha redação a limpo?

Quando terminamos de escrever um texto, é normal que pequenos erros — de gramática, repetição de palavras e frases incompletas — passem despercebidos, não é mesmo?

Por isso, é importante deixar o rascunho da redação de lado por um tempo. Procure resolver as provas de Linguagens e Ciências Humanas e só volte à redação ao final do exame.

É nesse momento final que você vai revisar seu texto para corrigir eventuais erros e passá-lo a limpo. Tenha em mente que esse processo vai levar pelo menos 30 minutos.

Então, se você perceber que o tempo de prova está acabando, é melhor parar com as questões e finalizar a redação.

Dessa forma, você garante que seu texto seja entregue na folha oficial!

Devo começar a prova pelas matérias que eu domino?

Sim, a melhor estratégia é sempre começar pelas questões/matérias que você acha mais fáceis. Afinal, o acerto é praticamente garantido em decorrência do domínio do conteúdo.

Além disso, quando se começa pelas questões/matérias mais difíceis e não se consegue resolvê-las, muitos estudantes acabam “empacando” e perdendo tempo, o que prejudica seu desempenho final.

Sendo assim, é sempre melhor iniciar pela matéria que você já domina ou tem mais facilidade.

Posso pular questões e respondê-las depois?

Sim, você pode e deve pular algumas questões.

Mesmo estudando e se preparando bem para o Enem, você provavelmente vai se deparar com questões difíceis e que exigirão mais de você.

Se você sentir que não estava conseguindo avançar no raciocínio, não hesite em pular a questão e retomá-la ao final da prova. Essa é uma ótima estratégia para economizar tempo.

Mas cuidado: também não é aconselhável pular muitas questões. Só deixe de lado aquelas que realmente não souber resolver ou que levarão muito tempo.

Quanto devo começar a preencher o cartão-resposta do Enem?

Essa é uma dúvida que assombra muitos estudantes: afinal, é melhor preencher o cartão resposta durante ou depois de responder às questões?

Para esclarecer essa questão, é importante enfatizarmos que não existe certo e errado nesse caso. As duas opções são possíveis e aceitáveis.

Mas, se você quer diminuir suas chances de errar, a melhor alternativa é deixar para preenchê-lo ao final da prova.

O gabarito deve ser preenchido sempre no momento de maior tranquilidade, ou seja, quando grande parte das questões já foram resolvidas. Assim, as chances de errar por causa da ansiedade diminuem bastante.

Ao final da prova, o candidato também realizará a tarefa com maior agilidade, pois estabelecerá o foco em uma única atividade, o que diminui as chances de erros acontecerem.

Então, se puder e fizer sentido para você, opte por passar as respostas para o cartão ao final do exame.

E lembre-se de nunca deixar alternativas em branco — mesmo que você não saiba a resposta de uma questão, escolha uma alternativa, é certamente melhor do que deixá-la em branco.

É importante que você reserve pelo menos 30 minutos para essa atividade. Não esqueça que você não terá tempo a mais para preencher esse documento.

Descubra os segredos para tirar nota 1000 na redação do ENEM!

Gostou de entender mais sobre como aproveitar ao máximo o tempo de prova do Enem?

Saiba que uma ótima forma de testar o seu tempo de prova e o que funciona para você é realizando simulados. Eles permitem que você entenda seu fluxo de raciocínio e se organize melhor no dia do exame.

Preparado? Confira outros artigos que você ajudá-lo no Enem:

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4 livros de Clarice Lispector que já caíram no Enem

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Quem foi Clarice Lispector

Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, em 1920. Porém, com dois meses de idade, chegou ao Brasil, com seus pais e duas irmãs.

Em 1924, sua família se mudou para Recife, motivo pelo qual ela se considerava pernambucana.

Ela perdeu a mãe quando tinha apenas oito anos de idade e três anos depois mudou-se para o Rio de Janeiro.

No Rio de Janeiro, Clarice ingressou na faculdade de Direito, onde concluiu a graduação em 1943.

Além da carreira literária, a escritora trabalhou como jornalista na Agência Nacional e no jornal A Noite.

Sua estreia na literatura aconteceu em 1940, quando a escritora publicou seu primeiro conto. Em 1942, veio o primeiro romance publicado: Perto do coração selvagem.

A partir disso, Clarice publicou diversos romances, novelas, contos, crônicas e obras de literatura infantil.

Suas produções fazem parte da terceira fase do modernismo brasileiro, a Geração de 45.

A seguir, apresentamos mais características de suas obras.

>>> Leia também: Literatura no Enem: conheça as escolas literárias brasileiras

Características da obra de Clarice Lispector

A característica mais marcante dos livros de Clarice Lispector era sua forma extremamente poética de escrever.

A autora tinha uma prosa muito intimista, ou seja, que valorizava a jornada interna/psicológica do personagem.

Em função disso, era muito comum que seus personagens estivessem em um estado mais introspectivo e solitário, olhando para dentro de si e pensando em suas emoções ao longo das narrativas.

Além disso, sua prosa intimista também se revelava no seu foco em conflitos internos do ser humano, envolvendo questões psicológicas e, até mesmo, espirituais e metafísicas.

Diversos romances da autora continham páginas e páginas em que nenhuma ação acontecia —- a narrativa buscava evidenciar como a mente da personagem estava em constante movimento.

Esse estilo de narrativa era possível devido ao fluxo de consciência, artifício em que o autor escreve mostrando a forma como a personagem pensa e como os seus pensamentos vão mudando com rapidez.

O uso do fluxo de consciência é outra característica que perpassa as obras de Lispector.

Todos esses aspectos da literatura de Clarice Lispector tornaram seus livros e sua escrita referências até os dias de hoje.

>>> Leia também: Sim, Literatura cai no Enem. Veja como se preparar para a prova

A Geração de 45 do modernismo brasileiro

Clarice Lispector fez parte da terceira fase do modernismo brasileiro, conhecida como Geração de 45. Então, para fins didáticos, é interessante conhecer um pouco mais sobre esse período em que a autora está inserida.

O modernismo no Brasil foi um movimento artístico, cultural e literário que se caracterizou pela liberdade estética, o nacionalismo e a crítica social.

As obras da terceira fase se caracterizam pelo seu caráter experimental, além da crítica sociopolítica e da metalinguagem.

Nesse período, houve uma grande diversidade na prosa, destacando-se três tipos:

Prosa Urbana

É prosa ambientada nos espaços da cidade, em detrimento do campo e do espaço agrário. Nesse estilo, destaca-se a escritora Lygia Fagundes Telles.

Prosa Regionalista

É a prosa que engloba os aspectos do campo, da vida agrária, da fala coloquial e regionalista. Um dos principais expoentes foi Guimarães Rosa.

Prosa Intimista

Por fim, a prosa intimista é aquela que foca nos temas humanos, buscando narrativas mais íntimas, psicológicas e subjetivas. Esses aspectos são observados nas obras de Clarice Lispector e de Lygia Fagundes Telles.

>>> Leia também: Os 7 livros que mais caem no Enem

Livros de Clarice Lispector para incluir no seu plano de estudos

Agora que você já sabe mais sobre a Clarice Lispector e seu contexto artístico, vamos conhecer os livros da autora que já caíram no Enem? Confira a lista a seguir:

1. Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969)

A obra Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres foi publicada em 1969. Ela narra a história de Lóri, uma mulher em busca de autoconhecimento.

Fechada e travada, Lóri conhecia o amor apenas de forma idealizada, tornando-se, de certa forma, incapaz de sentir prazer e encontrar seus reais desejos.

Assim, ao longo da narrativa, ela parte em uma jornada interna de descobrimento e amadurecimento.

Ao seu lado está Ulisses, seu tutor e amante, que a acompanha e a auxilia no encontro com seu próprio corpo.

Ao final da obra, a protagonista reencontra seu eu perdido, que estava adormecido em meio a tanto preconceito no que concerne ao amor e ao prazer feminino.

O livro é considerado um romance intimista. Nele, podemos encontrar características marcantes da literatura de Lispector, como a narrativa em fluxo de consciência e a profunda análise psicológica dos personagens.

2. Onde Estivestes de Noite (1974)

Publicado em 1974, Onde Estivestes de Noite reúne 17 crônicas trágicas e cômicas.

Na obra, as dores e as aflições do cotidiano banal são reveladas ora por descrições angustiadas e delirantes, ora por detalhes bizarros, risíveis e bem-humorados.

Como sugere o título, a obra explora as dimensões oníricas da noite, como lugar de rituais, de acontecimentos improváveis e de explorar as camadas mais íntimas do ser humano.

As narrativas compõe uma cartografia de impressões, sensações e notícias da vida de Clarice.

É uma obra que destaca em sua literatura pelos elementos oníricos, macabros e grotescos que a caracterizam.

3. A Hora da Estrela (1977)

A Hora da Estrela foi lançado pouco antes do falecimento da escritora, em 1977.

A obra é protagonizada pela solitária Macabéa, alagoana que trabalha como datilógrafa no Rio de Janeiro.

O narrador é o escritor Rodrigo S. M., que está à espera da morte e escreve essa história “na hora mesmo em que sou lido”.

Macabéa é introduzida aos poucos na narrativa, sobressaindo-se das reflexões de Rodrigo S. M.

Desprovida de atrativos, Macabéa passa as horas vagas ouvindo o rádio e namorando o metalúrgico nordestino Olímpico, que acaba a deixando para ficar com Glória.

A protagonista continua sozinha até que um dia, seguindo uma recomendação de Glória, visita uma cartomante que revela toda a inutilidade de sua vida, mas também prevê o casamento com um estrangeiro rico.

O romance aborda um tema tradicional de nossa literatura: o contato do imigrante nordestino com a cidade grande, assunto que carrega uma forte carga política.

É interessante notar que ela aborda a questão sem abandonar o psicologismo e intimismo de suas obras.

Em função disso, A Hora da Estrela é tida como uma das principais obras da autora, sendo a mais cobrada em vestibulares e no Enem.

4. A Descoberta do Mundo (1984)

Além da carreira literária, Clarice Lispector exerceu o jornalismo desde 1941, quando ingressou como repórter na Agência Nacional. Ao trabalhar na área, a autora produziu muitas crônicas para diversos jornais e periódicos.

A Descoberta do Mundo é um livro que reúne as crônicas que ela escreveu para o Jornal Brasil. Elas foram compiladas após sua morte.

Nesses textos, a autora discorre sobre temas variados, como acontecimentos recentes ou cotidianos, suas angústias e indagações acerca da existência.

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3 livros de Guimarães Rosa que já caíram no Enem

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Quem foi Guimarães Rosa

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, no dia 27 de junho de 1908. Ele foi poeta, diplomata, novelista, romancista, contista e médico.

O autor fez parte da terceira geração modernista e, atualmente, é considerado por muitos o maior escritor brasileiro do século XX.

Desde pequeno, Guimarães Rosa se interessou pelo estudo das línguas. Ele falava e lia mais de 24 idiomas, entre eles, tupi, francês, alemão, holandês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, russo, latim e grego.

Seu gosto pela linguística refletiu em sua obra, que ficou marcada pelas inovações na linguagem.

O uso de regionalismos e de termos em desuso, a criação de neologismos e a construção sintática e melódica das frases garantiram ao autor uma literatura altamente estilizada e poética.

Não é à toa que o autor é conhecido por ter um dos estilos mais únicos da literatura nacional. Ele soube escrever poeticamente e usar a linguagem da melhor forma possível.

Contudo, é interessante lembrar que Guimarães Rosa não se ateve somente a forma em sua literatura: ele sempre deu foco aos problemas sociais pelos quais o povo do campo, principalmente do sertão, passava todos os dias.

Além de uma escrita impecável, ele foi politicamente engajado e construiu obras que mostraram com fidelidade o que é ser mineiro e um morador do interior do país.

Em 1963, Guimarães Rosa foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, sendo o terceiro ocupante da cadeira nº 2, que tem como patrono Álvares de Azevedo.

O autor morreu em 1967, ano em que foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura, vítima de um ataque cardíaco.

Confira a lista com todas as suas obras:

  • 1936: Magma
  • 1946: Sagarana
  • 1952: Com o Vaqueiro Mariano
  • 1956: Corpo de Baile: Noites do Sertão
  • 1956: Grande Sertão: Veredas
  • 1962: Primeiras Estórias
  • 1964: Campo Geral
  • 1967: Tutaméia – Terceiras Estórias
  • 1969: Estas Estórias (póstumo)
  • 1970: Ave, Palavra (póstumo)
  • 2011: Antes das Primeiras Estórias (póstumo)

>>> Leia também: Graciliano Ramos: livros que mais caem no Enem [Literatura no Enem]

Características das obras de Guimarães Rosa

As obras de Guimarães Rosa estão inseridas na terceira geração modernista.

Em função disso, e levando em conta as particularidades estéticas do autor, podemos dizer que seus livros apresentam as seguintes características:

  • Uso de termos arcaicos;
  • Linguagem poética;
  • Narrativas mais reflexivas e menos dinâmicas;
  • Experimentalismo: neologismos, estrutura narrativa peculiar e anticonvencional;
  • Regionalismo: os termos e elementos da cultura regional mesclam-se com temáticas universais;
  • Prosa intimista: conflito existencial e fluxo de consciência (monólogo interior);
  • Fragmentação: ruptura com a narrativa cronológica tradicional;
  • Temáticas universais: morte, ódio, amor, medo, violência, religiosidade e misticismo;
  • Oposições: bem e mal, velho e novo, rural e urbano, oral e escrito, local e universal.

>>> Leia também: Resumo das 5 obras de José de Alencar que mais caem no Enem

Livros de Guimarães Rosa para incluir no seu plano de estudos

Agora que você já conhece mais sobre Guimarães Rosa, vamos conferir os principais livros do autor que aparecem no Enem?

Confira abaixo:

1. Sagarana (1946)

Sagarana é um livro de contos publicado em 1946.

Essa coletânea chamou atenção na época pela sua linguagem inovadora. Além disso, destaca-se por ter colocado o regionalismo novamente em pauta, sem deixar de abordar questões existenciais universais.

Sendo assim, é considerado um livro regionalista universalista, já que suas histórias localizam-se no sertão de Minas Gerais, mas as questões existenciais presentes se universalizam.

Os textos que compõem a obra exemplificam muito bem o estilo de Guimarães Rosa, bem como sua linguagem e seus temas, atrelados à vida rural de Minas Gerais.

No livro, o autor combina e recombina habilmente as informações do meio, confundindo lugares e paisagens e mesclando o real, o imaginário e o lendário.

O nome Sagarana é um neologismo criado por Guimarães Rosa, com a junção das palavras “saga” e “rana”, que vem do tupi e quer dizer “semelhante a”. O significado da nova palavra seria “próximo a uma saga”.

O livro é composto pelos seguintes contos:

  • O Burrinho Pedrês
  • A volta do marido pródigo
  • Sarapalha
  • Duelo
  • Minha Gente
  • São Marcos
  • Corpo Fechado
  • Conversa de Bois
  • A hora e vez de Augusto Matraga

>>> Leia também: 4 livros de Clarice Lispector que já caíram no Enem

2. Grande Sertão: Veredas (1956)

O Grande Sertão: Veredas, publicado em 1956, é uma das obras mais importantes da literatura brasileira. Foi o único romance escrito por Guimarães Rosa, sendo traduzido para muitas línguas.

O livro nasceu de uma viagem de 240 quilômetros pelo sertão mineiro feita pelo autor, que conduziu uma boiada por 10 dias.

Durante a viagem, ele anotou expressões, casos e histórias, já com o objetivo de recriar o sertão de uma maneira literária. Assim, nasceu O Grande Sertão: Veredas.

No livro, Guimarães Rosa retrata um romance que acontece em Goiás, nos sertões de Minas Gerais e na Bahia.

O personagem principal, Riobaldo, é um ex-jagunço, que relembra suas lutas, seus medos e o amor reprimido por Diadorim. Ele tece a história de sua vida por meio de um discurso de descoberta e autoconhecimento.

O livro é repleto de experimentos linguísticos e referências regionalistas. Sem capítulos, ela se configura como um longo monólogo do protagonista narrador.

Para reproduzir a fala do homem do sertão, o autor desconstrói, poeticamente, a língua portuguesa ao longo da narrativa,

Todas essas características tornaram Grande Sertão: Veredas uma das obras mais emblemáticas da literatura brasileira.

>>> Leia também: Os 7 livros que mais caem no Enem

3. Corpo de Baile (1956)

No mesmo ano da publicação de Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa também lançou Corpo de Baile.

Era um conjunto de sete novelas dividido em dois volumes que, anos mais tarde, foi dividido em três livros menores.

Os personagens, que transitam entre as histórias dos três volumes, retratam as condições de vaqueiros e trabalhadores no sertão. Eles estão em busca de um novo lugar geográfico e social onde encontrem sentido para suas vidas.

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Mário de Andrade: livros que já caíram no Enem

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Quem foi Mário de Andrade

Mário de Andrade foi um escritor paulista da primeira fase do modernismo brasileiro. Também atuou como crítico literário, folclorista, ativista cultural e musicólogo.

Ele nasceu em 9 de outubro de 1893, na cidade de São Paulo, e tinha grande interesse pela arte e cultura brasileiras.

Andrade estudou piano no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e, em 1922, começou a trabalhar como professor de História da Música e da Estética nessa mesma instituição.

Foi em 1922 também que o autor, junto de outros grandes nomes da cena artística da época, organizou a Semana de Arte Moderna. O evento marcou o início do modernismo no Brasil.

Além de Andrade, estiveram ao seu lado na organização do evento Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Menotti del Pichia — o famoso “Grupo dos cinco” do modernismo.



Diversos estudiosos apontam que Mário de Andrade foi o grande mentor intelectual da Geração de 20, principalmente devido ao seu compromisso com o desenvolvimento cultural do Brasil.

Mário de Andrade também se destacou por seu pioneirismo. Afinal, sua obra, dividida em livros de poesia, prosa de ficção, folclore, ensaios e história da música, é, até hoje, um marco na literatura nacional.

Ela introduziu uma nova linguagem literária, que se apropria da língua do povo, diferentemente do academicismo parnasiano em voga até então.

A obra poética do autor certamente é um dos grandes destaques, quebrando os paradigmas artísticos canônicos da poesia acadêmica e voltando-se para uma exploração intensa do ritmo e de temas retirados do folclore popular brasileiro.

Na prosa, seu olhar sempre voltado para problemas sociais brasileiros, bem como para a cultura nacional, também se sobressaem.

Por todos esses aspectos, Mário de Andrade é considerado até os dias de hoje uma das figuras mais importantes da literatura e arte brasileira.

>>> Leia mais: Os 7 livros que mais caem no Enem

A primeira fase do modernismo brasileiro

Mário de Andrade fez parte da primeira fase do modernismo brasileiro. Sendo assim, para fins didáticos, é interessante conhecer um pouco mais sobre esse período em que o autor está inserido.

A primeira fase do modernismo esteve focada na busca de uma identidade nacional.

Nesse momento, diversos artistas aproveitaram a agitação causada pela Semana de Arte Moderna para romper com os modelos preconcebidos que, segundo eles, eram limitados e impediam a criatividade.

Inspirado nas ideias das vanguardas artísticas europeias, os artistas desse período buscavam uma renovação estética.

Por esse motivo, essa primeira fase é conhecida como a "fase heroica", sendo a mais radical de todas. É também chamada de "fase de destruição", pois propunha a destruição dos modelos que vigoravam no cenário artístico-cultural do país.

Mário de Andrade é um dos principais expoentes dessa primeira fase. Afinal, suas obras demonstram a busca por uma identidade nacional através da valorização dos elementos da cultura brasileira.

Além disso, Andrade também rompeu radicalmente, especialmente na poesia, com os modelos vigentes, propondo uma nova linguagem — mais próxima do povo e distante do academicismo.

Confira abaixo mais algumas características da primeira fase modernista:

  • fase mais radical e nacionalista;
  • busca de uma identidade nacional;
  • maior liberdade formal com rupturas da sintaxe;
  • presença de regionalismos e linguagem informal;
  • valorização do folclore, arte e cultura popular brasileira;
  • uso de versos livres, que não possuem métrica (medida);
  • uso de versos brancos, com ausência de rimas;
  • utilização do sarcasmo e da ironia.

>>> Leia também: Graciliano Ramos: livros que mais caem no Enem [Literatura no Enem]

3 livros de Mário de Andrade para incluir no seu plano de estudos

Agora vamos ao que interessa? Confira abaixo os três principais livros de Mário de Andrade que podem aparecer no Enem:

1. Pauliceia Desvairada (1922)

Pauliceia Desvairada é uma coletânea de poemas de Mário de Andrade, publicada em 1922. O livro é composto por 22 poemas curtos.

A obra é considerada um inventário das vivências, percepções e sensações desencadeadas pela modernização de São Paulo. São poemas que mostram a vida cotidiana e a preocupação em descrever ideias simples e emoções.

O uso livre da métrica, a linguagem solta e lírica e o nacionalismo exaltado são os principais aspectos dessa obra.

Nessa coletânea, Andrade introduziu ideias modernistas europeias revolucionárias na poesia brasileira, que antes era estritamente formal.

Em função disso, Pauliceia Desvairada é considerada um marco da literatura brasileira, influenciando muito a poesia que seria escrita posteriormente em nosso país.

Além das suas características inovadoras, a obra continha em seu início o famoso "Prefácio Interessantíssimo": conjunto de ideias que expunham as características do modernismo.

Confira um dos poemas que compõem o livro:

INSPIRAÇÃO

São Paulo! comoção da minha vida…
Os meus amores são flores feitas de original…
Arlequinal!… Traje de losangos… Cinza e Ouro…
Luz e bruma… Forno e inverno morno…
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes…
Perfumes de Paria… Arys!
Bofetadas líricas no Trianon… Algodoal!
São Paulo! comoção de minha vida…
Galicismo a berrar nos desertos da América!

>>> Leia também: Resumo das 5 obras de José de Alencar que mais caem no Enem

2. Macunaíma (1928)

Macunaíma é um romance de Mário de Andrade, publicado em 1928. A obra narra a história de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter.

Na narrativa, Macunaíma é apresentado como filho do medo e da noite, uma criança birrenta, preguiçosa e de mente ardilosa. Ele passa a infância em uma tribo amazônica até que toma banho de mandioca brava e se torna um adulto.

Na idade adulta, ele se apaixona por Ci, a Mãe do Mato. Com ela, Macunaíma tem um filho que morre ainda bebê.

Após a morte do filho, Ci sobe aos céus de desgosto e vira uma estrela. Macunaíma fica muito triste por perder a sua amada, tendo como única recordação dela um amuleto chamado muiraquitã. Contudo, ele acaba perdendo o amuleto.

Macunaíma descobre que o amuleto está em São Paulo na posse de Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piamã comedor de gente. Assim, para recuperar o muraiquitã, Macunaíma parte para São Paulo com seus dois irmãos.

Após algumas tentativas, ele consegue de volta o amuleto e retorna para a sua tribo na Amazônia. Contudo, algumas aventuras depois, ele perde novamente a muiraquitã.

Decepcionado, ao final da obra, Macunaíma também sobe aos céus.

Ao longo do livro, Mário de Andrade traz diversos elementos da cultura indígena e afro-brasileira.

Desse modo, a obra se configura em uma narrativa nacionalista, mas de caráter crítico, já que os personagens são apresentados sem nenhuma idealização. Além disso, a língua portuguesa é mostrada em sua rica variedade.

Podemos dizer que em Macunaíma está presente todo nacionalismo de Mário de Andrade, além de sua forte ligação com o folclore.

Há também uma colagem de anedotas e lendas brasileiras, na qual as culturas do norte e do sul convivem juntas.

Nesse sentido, o personagem Macunaíma, anti-herói (ou "herói sem nenhum caráter", como sugere o livro) serve de ponte para a fusão de todas as nossas vertentes culturais, tradições e expressões de linguagem.

3. Poesias Completas (1955)

Poesias Completas é uma coletânea de poemas de Mário de Andrade, lançada em 1955.

A obra reúne todos os poemas de Mário de Andrade, incluindo outras coletâneas como Pauliceia Desvairada (1922), Losango cáqui (1926), Clã do jabuti (1927).

Esse livro é uma ótima opção para incluir nos estudos porque permite conhecer a totalidade da obra poética de Andrade.

Isso pode ser uma grande vantagem no Enem, afinal, muitos poemas do autor costumam aparecer nas questões de Linguagens e suas Tecnologias.

Então, certamente é um livro que vale a pena incluir no seu plano de estudos.

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O Realismo em Machado de Assis [Literatura no Enem]

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Quem foi Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis — ou Machado de Assis — nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro.

Ele foi poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, crítico literário e um dos fundadores e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras.

Em vida, o escritor publicou mais de 200 contos, 10 romances e publicações de diversos gêneros, como folhetins, peças teatrais, contos e crônicas.

Ele também testemunhou importantes momentos da história brasileira, como a abolição da escravatura e a transição de Império para República, além das mais diversas reviravoltas do século XIX e início do XX.

Em suas obras, é possível identificar vários desses momentos históricos, o que o fez ficar conhecido como um grande observador e analista dos eventos político-sociais de sua época.

Os primeiros romances de Assis – Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena e Iaiá Garcia — caracterizam a fase romântica do escritor.

A partir da publicação Memórias Póstumas de Brás Cubas, teve início sua fase realista.

Nela, o autor revelou seu incrível talento para análise do comportamento humano, mostrando a vaidade, o egoísmo e a hipocrisia da sociedade por trás dos atos bons e honestos em suas obras.

Não é à toa que a fase realista do autor é uma das mais celebradas até os dias de hoje. Ao longo deste artigo, falaremos mais sobre ela.

Machado de Assis faleceu em 1908, aos sessenta e nove anos de idade.

Desde então, tornou-se um dos escritores mais emblemáticos de todos os tempos, razão pela qual aparece todos os anos nas questões dos principais vestibulares e do Enem.

>>> Leia também: Os 7 livros que mais caem no Enem

O Realismo na literatura brasileira

O Realismo tem origem na França. No Brasil, ele surge depois do Romantismo e antes do Simbolismo, compreendendo os anos 1881 a 1893 – mesma época em que o Naturalismo e o Parnasianismo também ocorreram.

Marcado pela objetividade, pela veracidade e pela denúncia social, o Realismo brasileiro tem início com a obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, publicada em 1881.

Quando o Realismo surge no Brasil, o país passava por muitas mudanças, entre elas o processo de abolicionismo e a proclamação da República.

Todo esse cenário levou os autores realistas a rejeitarem a subjetividade e o sentimentalismo, recorrendo, por isso, a uma linguagem mais objetiva e analítica.

Não é à toa que o narrador realista faz frequentemente críticas sociopolíticas, centrada nos acontecimentos contemporâneos e na análise psicológica dos personagens.

Confira as principais características do Realismo brasileiro:

  • Inversão dos ideais do Romantismo;
  • Enfoque no homem e no seu cotidiano;
  • Crítica social;
  • Linguagem simples e objetiva;
  • Personagens e ambientes descritos de forma detalhada.

As principais obras do Realismo brasileiro são:

  • Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1881);
  • Dom Casmurro, de Machado de Assis (1899);
  • Quincas Borba, Machado de Assis (1891);
  • O Ateneu, de Raul Pompeia (1888);
  • Canções sem Metro, de Raul Pompeia (1900).

>>> Leia mais: Mário de Andrade: livros que já caíram no Enem

O Realismo nas obras de Machado de Assis

Ao falar do Realismo brasileiro, você deve ter notado que três das principais obras dessa corrente literária são de Machado de Assis, não é mesmo? E isso não acontece à toa: o autor é visto como um dos principais expoentes desse estilo literário.

As obras de Machado de Assis são divididas em duas fases. A primeira faz parte do Romantismo.

Essa fase é caracterizada pelas obras que mostram personagens buscando uma ascensão social — mas sem fazer críticas à sociedade. A Mão e a Luva (1874) e Helena (1876) são alguns exemplos do período.

Na década de 1880, contudo, o autor muda seu estilo, e suas obras se tornam totalmente realistas. Essa é a segunda fase da literatura de Machado de Assis.

A partir de então, seus escritos são permeados por análises psicológicas dos personagens, análise da sociedade e crítica aos ideais românticos.

Além disso, há uma mudança formal, com frases e capítulos curtos, e a utilização do recurso de diálogo com o leitor.

É interessante pontuarmos, inclusive, que a inauguração do Realismo no Brasil se dá com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) — que já conta com as principais características desta fase do autor: pessimismo, ironia, espírito crítico e uma profunda reflexão sobre a sociedade brasileira.

Confira mais características da fase realista de Machado de Assis:

  • Antirromantismo;
  • Objetividade;
  • Valorização da razão;
  • Crítica à elite burguesa;
  • Análise psicológica;
  • Fluxo de consciência;
  • Crítica sociopolítica;
  • Temática do adultério;
  • Foco no momento presente;
  • Reflexão sobre a corrupção humana.

>>> Leia mais: Principais obras de Jorge Amado [Literatura no Enem]

A Trilogia Realista de Machado de Assis

Agora que você já sabe mais sobre o Realismo presente nas obras de Machado de Assis, vamos conhecer a Trilogia Realista do autor?

Confira abaixo os três romances de Machado de Assis que fazem parte do Realismo:

1. Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)

O livro Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicado em 1881.

A obra é narrada em primeira pessoa por Brás Cubas, o personagem principal. Ele é um "defunto-autor", isto é, um homem que já morreu e escreve sua autobiografia.

Na obra, Brás Cubas narra sua vida de privilégios, relatando diversos momentos da sua infância, adolescência e fase adulta.

Ao longo do seu relato, é possível identificar diversos traços da sociedade da época, como a escravidão, as classes sociais, o cientificismo e o positivismo.

Além disso, repleto de ironias, metáforas e eufemismos, Machado conseguiu representar nessa obra diversas críticas sociais, inclusive à elite da época.

Outra característica marcante da narrativa é a mudança no enredo linear com começo, meio e fim para um com mescla de tempo. Não é à toa que a obra termina com um capítulo em que Brás Cubas resume tudo que foi negativo na sua vida.

Assim, podemos afirmar que o livro foge dos padrões clássicos, associados com um final feliz e com a linearidade dos fatos.

>>> Leia também: 3 livros de Guimarães Rosa que já caíram no Enem

2. Quincas Borba (1891)

O livro Quincas Borba foi publicado em 1891. A obra é composta de 201 capítulos curtos.

Ela conta a história de Rubião, um professor de Barbacena que herda os bens de seu amigo Quincas Borba. A única condição era que Rubião cuidasse do cão do falecido, que possui o mesmo nome do dono, ou seja, Quincas Borba.

Na obra, o novo rico se muda para o Rio de Janeiro e passa a ser explorado por “amigos”, como o casal Sofia e Cristiano Palha.

Assim, em meio a ironias, o narrador relata o gradual processo de enlouquecimento de Rubião, que, no final da história, acredita ser o imperador francês Luís Napoleão.

O romance tem como principal característica o foco nas relações sociais da época. Temas como interesse, traição, poder, aparência, loucura, ironia, imoralidade e falsidade são salientados nesta obra de Machado.

Vale notar que na obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba é citado pelo escritor. Por isso, acredita-se que Quincas Borba pode ser considerado (em partes) uma continuação de Brás Cubas.

>>> Leia também: 4 livros de Clarice Lispector que já caíram no Enem

3. Dom Casmurro (1899)

O romance Dom Casmurro foi publicado em 1899.

Ele é narrado em primeira pessoa pelo seu personagem principal: Bento de Albuquerque Santiago (Bentinho), um advogado solitário que rememora os principais fatos de sua vida.

O foco principal de sua narrativa é o possível triângulo amoroso entre ele, Capitu e Escobar.

A história começa apresentando a relação de Bentinho e Capitu, apaixonados um pelo outro desde a adolescência.

Eles têm que enfrentar um obstáculo à realização de seus anseios amorosos, pois a mãe de Bentinho, D. Glória, fez uma promessa de que seu filho seria padre.

No seminário, contudo, Bentinho conhece Escobar, que se torna seu melhor amigo e encontra uma solução para o problema: em vez do filho, D. Glória deve fazer padre “algum mocinho órfão”.

Dessa maneira, Bentinho, finalmente, consegue sair do seminário e se casa com Capitu.

A trama, porém, atinge seu ponto alto quando, finalmente casado com Capitu, Bentinho começa a suspeitar que ela teve um relacionamento extraconjugal com Escobar.

A dúvida acerca da traição de Capitu é um dos dilemas literários mais famosos e propõe questionamentos acerca do amor, da família, da amizade e do lugar da mulher na sociedade brasileira.

Além disso, a obra, de caráter antirromântico, apresenta, de forma irônica, uma crítica à burguesia carioca do século XIX, mostrando a vida como ela é e sem floreios.

>>> Leia também: Graciliano Ramos: livros que mais caem no Enem [Literatura no Enem]

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E aí, gostou de conhecer mais sobre as obras realistas de Machado de Assis?

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Desejamos sucesso na sua trajetória!

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As vanguardas europeias que influenciaram o modernismo brasileiro

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1. Expressionismo


O Expressionismo é entendido como o primeiro movimento de vanguarda. Ele surgiu em Dresden, na Alemanha, em 1905, com o grupo Die Brücke. Esse estilo de arte vem como uma oposição a outro movimento anterior: o impressionismo.

Os expressionistas foram os primeiros a postular que a arte não deveria seguir uma representação mimética da realidade — algo em comum entre todas as outras vanguardas que surgiram na sequência.

De acordo com esse movimento, a arte deveria expressar a realidade subjetiva, que parte da percepção de cada um.

Por isso, figuras deformadas, cores vibrantes e estética do grotesco são algumas das características do Expressionismo. Nota-se também a valorização da arte primitiva e da gravura nesse movimento de vanguarda.

O artista norueguês Edvard Munch pode ser considerado a grande inspiração do grupo Die Brücke e é visto como precursor do expressionismo. Sua obra mais importante é “O Grito (1893)”, considerada uma das mais emblemáticas de todos os tempos.

2. Fauvismo

O fauvismo foi uma corrente artística que se desenvolveu de 1905 até a segunda metade de 1907 na França.

Foi um estilo de pintura baseado na intensidade cromática, simplificação das formas e utilização de cores puras.

Por conta dessas características, durante o Salão de Outono — uma exposição de arte realizada anualmente em Paris desde 1903 — , alguns pintores deste movimento foram chamados pelos críticos de fauves ("os feras" em português), como uma rejeição ao novo modo de pintar.

Alguns nomes importantes do fauvismo são: André Derain, Maurice de Vlaminck, Othon Friesz e Henri Matisse, o mais conhecido.

>>> Leia mais: Os 7 livros que mais caem no Enem

3. Cubismo

O cubismo foi um movimento artístico iniciado em 1907 pelo pintor espanhol Pablo Picasso, com a tela "Les Demoiselles d'Avignon" (As damas d'Avignon).

Esse movimento se caracteriza pela incorporação do imaginário urbano industrial em suas obras, abrangendo, sobretudo, as artes plásticas, mas também influenciando a literatura.

A principal característica do cubismo é um tratamento geométrico das formas da natureza. Elas passam a ser representadas pelos objetos em todos os seus ângulos no mesmo plano, constituindo uma figura em três dimensões.

Nesse sentido, predominam as linhas retas, modeladas basicamente por cubos e cilindros, dada a geometrização das formas e volumes.

Já no plano conceitual, o cubismo pode ser considerado como uma arte que privilegia o exercício mental como maneira de expressão das ideias.

No Brasil, o movimento cubista ganhou força somente após a Semana de Arte Moderna de 1922.

Ainda que os artistas brasileiros não tenham se entregado às características exclusivamente cubistas, é possível perceber influências claras dessa vertente.

A artista Tarsila do Amaral foi umas personalidades que utilizou características cubistas em suas telas. Em suas obras, é possível notar a influência dessa vanguarda europeia pelo uso das formas geométricas.

Ainda nas artes plásticas, vale ressaltar os trabalhos de outros artistas brasileiros, como Anita Malfatti, Rego Monteiro e Di Cavalcanti.

Já a literatura cubista no Brasil, teve como destaque as obras dos escritores: Oswald de Andrade, Raul Bopp e Érico Veríssimo. É interessante notar que a literatura cubista teve como foco a "destruição da sintaxe", pondo fim à linearidade.

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4. Futurismo

O movimento futurista nasceu em 1909, com a publicação do primeiro Manifesto Futurista, assinado pelo seu líder, o escritor Filippo Tommaso Marinetti.

As principais características desse movimento eram a exaltação da tecnologia, das máquinas, da velocidade e do progresso.

Um dos expoentes da pintura futurista foi o artista italiano Giacomo Balla. Outros representantes são: Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Luigi Russolo e Gino Severini.

No Brasil, os ideais da Semana de Arte Moderna, que inauguraram o movimento modernista no país, sofreram muita influência do futurismo. Isso porque a rejeição ao passado, bem como o culto do futuro, propulsionaram as ideias modernistas.

>>> Leia mais: Literatura no Enem: conheça as escolas literárias brasileiras

5. Dadaísmo



O dadaísmo foi um movimento encabeçado por Tristan Tzara em 1916. Além dele, outros líderes do movimento foram: o poeta alemão Hugo Ball e o pintor, escultor e poeta franco-alemão Hans Arp.

As principais características do dadaísmo são a espontaneidade da arte pautada na liberdade de expressão, no absurdo e na irracionalidade.

Abolindo as leis da lógica e tendo como lema “a destruição também é criação”, o dadaísmo foi, entre as artes de vanguarda, a que mais valorizou a ruptura.

Ele negou todos os valores vigentes, todas as regras e todas as tradições, propondo uma “antiarte”.

O pintor e escultor francês Marcel Duchamp foi uma das figuras mais emblemáticas do movimento dadaísta com seus objetos prontos (ready-made) que se afastam de sua função original. “A Fonte” é uma das obras mais representativas desse momento.

6. Surrealismo



O surrealismo, liderado pelo artista André Breton, despontou em Paris em 1924. Pautado no subconsciente, esse movimento era caracterizado por uma arte impulsiva, fantástica e onírica.

Afinal, os surrealistas propuseram uma arte que explora o universo onírico e inconsciente, abolindo as fronteiras entre o sonho e a realidade, entre a lucidez e o delírio.

Além disso, o movimento proporcionou novas técnicas de composição artística, valorizando os processos não racionais do cérebro em oposição à objetividade cientificista, mecanicista e hiperlógica.

Alguns artistas que merecem destaque são Giorgio de Chirico, Max Ernst, Joan Miró, René Magritte e Salvador Dalí.

A literatura e as artes plásticas brasileiras também sofreram grande influência dessa vanguarda. Merecem destaque: o escritor Oswald de Andrade e os artistas plásticos Tarsila do Amaral, Ismael Nery e Cícero Dias.

>>> Leia mais: Sim, Literatura cai no Enem. Veja como se preparar para a prova

Questões do Enem sobre vanguardas europeias para praticar

Agora que você já conhece as vanguardas europeias, vamos ver como esse conteúdo já apareceu no Enem? Confira as questões abaixo:

1 - (Enem/2015)



O Surrealismo configurou-se como uma das vanguardas artísticas europeias do início do século XX. René Magritte, pintor belga, apresenta elementos dessa vanguarda em suas produções.

Um traço do Surrealismo presente nessa pintura é o(a):

a) justaposição de elementos díspares, observada na imagem do homem no espelho.
b) crítica ao passadismo, exposta na dupla imagem do homem olhando sempre para frente.
c) construção de perspectiva, apresentada na sobreposição de planos visuais.
d) processo de automatismo, indicado na repetição da imagem do homem.
e) procedimento de colagem, identificado no reflexo do livro no espelho.

✔️Gabarito: A

2 - (Enem/2010) Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros artistas modernistas:

a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais.
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional.
c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa.
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.

✔️Gabarito: A

3 - (Enem/2011)


PICASSO, P. Guernica . Óleo sobre tela. 349 × 777 cm. Museu Reina Sofia, Espanha, 1937.

O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos mais valorizados no mundo artístico, tanto em termos financeiros quanto históricos, criou a obra Guernica em protesto ao ataque aéreo à pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salão Internacional de Artes Plásticas de Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se no MoMA, de onde sairia apenas em 1981. Essa obra cubista apresenta elementos plásticos identificados pelo:

a) painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias dimensões de um evento, renunciando à realidade, colocando-se em plano frontal ao espectador.

b) horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da perspectiva clássica, envolvendo o espectador nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano.

c) uso das formas geométricas no mesmo plano, sem emoção e expressão, despreocupado com o volume, a perspectiva e a sensação escultórica.

d) esfacelamento dos objetos abordados na mesma narrativa, minimizando a dor humana a serviço da objetividade, observada pelo uso do claro-escuro.

e) uso de vários ícones que representam personagens fragmentados bidimensionalmente, de forma fotográfica livre de sentimentalismo.

✔️Gabarito: A

4 - (Enem/2016)



A obra Les demoiselles d’Avignon, do pintor espanhol Pablo Picasso, é um dos marcos iniciais do movimento cubista. Essa obra filia-se também ao Primitivismo, uma vez que sua composição recorre à manifestação cultural de um determinado grupo étnico, que se caracteriza por:

a) produção de máscaras ritualísticas africanas.
b) rituais de fertilidade das comunidades celtas.
c) festas profanas dos povos mediterrâneos.
d) culto à nudez de populações aborígenes.
e) danças ciganas do sul da Espanha.

✔️Gabarito: A

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Principais obras de Jorge Amado [Literatura no Enem]

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Quem foi Jorge Amado

Jorge Amado (1912-2001) foi um escritor brasileiro pertencente à segunda geração modernista. Nascido na Bahia, seu estado de origem também foi cenário de grande parte de suas obras.

Nelas, o autor buscou mostrar os problemas que via na sociedade, retratando e analisando as camadas sociais mais fragilizadas e marginalizadas.

Em suas produções, Jorge Amado abordou desde o ciclo econômico do cacau na Bahia até a questão dos menores abandonados, além de passar também por temas como a seca, o cangaço e o fanatismo religioso.

Essa pluralidade de suas obras consagrou Jorge Amado como o autor nordestino que mais diversificou nos assuntos tratados.

Ao todo, ele produziu mais de 30 romances, que foram traduzidos para 48 idiomas e publicados em 60 países.

A linguagem poética, mas próxima da coloquialidade do povo, foi o que também ajudou a se popularizar.

Sua popularidade era tanta que refletiu nas inúmeras adaptações de suas obras, especialmente para a televisão.

Dado o volume de produções, os livros de Jorge Amados costumam ser agrupados em três categorias. Confira quais são:

Romances proletários

São os romances que se preocupam, sobretudo, em relatar como é a vida urbana em Salvador, capital da Bahia.

  • O país do carnaval (1931)
  • Suor (1934)
  • Capitães de Areia (1937)

Ciclo do cacau

São obras que retratam a exploração do trabalhador rural nas fazendas produtoras de cacau.

  • Cacau (1933)
  • Terras do sem-fim (1942)
  • São Jorge dos Ilhéus (1944)

Depoimentos líricos e crônicas de costumes

Obras marcadas por tipos populares e que retratavam a sociedade da época.

  • Jubiabá (1935)
  • Mar morto (1936)
  • Gabriela, cravo e canela (1958)
  • Dona Flor e seus Dois Maridos (1966)

Além de escritor, ofício para o qual dedicou sua vida, Jorge Amado também exerceu a função de deputado, quando foi eleito pelo Partido Comunista.

A carreira política, contudo, durou pouco. Depois de dois anos de mandato, com o partido na ilegalidade, Jorge Amado sofreu perseguições políticas e se exilou na Argentina.

>>> Leia também: Os 7 livros que mais caem no Enem

A segunda fase do modernismo brasileiro

Como mencionamos anteriormente, Jorge Amado pertence à segunda fase do modernismo brasileiro, certo? Mas, o que foi esse movimento da literatura brasileira?

A segunda fase do modernismo, chamada também de fase de consolidação ou geração de 30, começou em 1930 e durou até 1945, quando terminou a Segunda Guerra Mundial.

Foi um momento de amadurecimento da literatura nacional, caracterizado por temáticas nacionalistas, regionalistas e de caráter social, com predomínio de uma literatura mais crítica e revolucionária.

Além da prosa de ficção, a poesia brasileira também se consolidou nesse período — o que significou o maior êxito para os modernistas.

Jorge Amado é um dos principais autores dessa escola literária, junto com Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Érico Veríssimo, entre outros.

Confira as principais características da segunda fase modernista:

  • fase de consolidação do modernismo no Brasil;
  • vasta produção literária em poesia e prosa (poesia de 30 e romance de 30);
  • valorização do regionalismo e da linguagem popular;
  • utilização de versos livres, sem métrica, e brancos, sem rimas;
  • crítica à realidade social brasileira;
  • valorização da diversidade cultural do país;
  • temática cotidiana, social, histórica e religiosa.

É muito importante que você entenda os principais aspectos dessa fase literária porque muitas questões podem pedir que você relacione a obra e o período em que está inserida.

>>> Leia mais: Sim, Literatura cai no Enem. Veja como se preparar para a prova

Obras de Jorge Amado que mais aparecem no Enem

Agora vamos ao que interessa? Confira abaixo um resumo das principais obras de Jorge Amado que caem no Enem:

1. Cacau (1933)

Cacau foi o segundo romance de Jorge Amado, publicado em 1933. A obra retrata a vida dos trabalhadores das fazendas de cacau do sul da Bahia, na década de 1930.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo sergipano José Cordeiro, conhecido como Cearense.

Filho de industrial, Cearense não quer ser patrão: é operário e orgulha-se de sua atividade.

Contudo, acaba despedido da fábrica por ter se relacionado com uma colega de trabalho, cobiçada também pelo patrão, que é seu próprio tio.

Cearense então decide procurar serviço em outro lugar. Duas opções se apresentam: São Paulo, ou a zona cacaueira, no sul da Bahia. Cearense escolhe a segunda e viaja de barco rumo à região cacaueira.

Ali, na zona do Pirangi, na Fazenda Fraternidade, desenrola-se sua história, tendo como pano de fundo as condições de trabalho nas plantações de cacau. Lá, os trabalhadores são obrigados a aceitar uma situação de semi-escravidão.

Essa obra ficou muito conhecida pelo seu carácter crítico e de denúncia, relatando as duras condições em que viviam os trabalhadores da região cacaueira e a exploração por parte dos coronéis.

Cacau inaugura também uma das veias mais ricas da literatura de Jorge Amado — a dos livros dedicados à rica e sangrenta história da região cacaueira da Bahia.

>>> Leia também: Graciliano Ramos: livros que mais caem no Enem [Literatura no Enem]

2. Capitães de Areia (1937)

Capitães da Areia foi publicado em 1937.

Na obra, conhecemos a história de um grupo de meninos pobres que vivem abandonados nas ruas da cidade de Salvador, na Bahia. Eles moram em um trapiche e roubam para sobreviver.

Seu líder é Pedro Bala, e os meninos têm idades entre 9 e 16 anos. O grupo é conhecido como Capitães de Areia.

Ao longo do livro, acompanhamos as perseguições das autoridades locais ao grupo, mas também a ajuda dos misericordiosos. Por fim, os Capitães de Areia crescem e seguem rumos distintos.

Capitães da Areia é o mais famoso livro de Jorge Amado e o que mais vendeu em todos os tempos.

Na época de seu lançamento, a obra causou grande impacto e, durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, chegou a ser queimada em praça pública.

Marcado principalmente pelo autoritarismo, o Estado Novo mantinha uma censura rígida sobre todos os meios de comunicação.

>>> Leia também: Resumo das 5 obras de José de Alencar que mais caem no Enem

3. Gabriela, Cravo e Canela (1958)

Gabriela, Cravo e Canela é um dos mais célebres romances de Jorge Amado, publicado em 1958.

Ele conta a história da mulher “que tem a cor da canela e o cheiro do cravo”, recém-chegada a Ilhéus: Gabriela.

Ao longo da obra, acompanhamos o caso de amor entre Gabriela e o árabe Nacib, tendo como pano de fundo o período áureo do cacau na região de Ilhéus.

Na narrativa, são descritas as alterações profundas da vida social da Bahia da década de 1920, que inclui a abertura do porto aos grandes navios.

Gabriela personifica as transformações de uma sociedade patriarcal, arcaica e autoritária, afetada pelos sopros de renovação cultural, política e econômica.

Gabriela, Cravo e Canela representa um momento de mudança na produção literária de Jorge Amado.

Até então, o autor abordava temas sociais, mas, nesta segunda fase, faz uma crônica de costumes, marcada por tipos populares, poderosos coronéis e mulheres sensuais.

Ou seja, Amado nos mostra um novo estilo, agora voltado para a crítica aos costumes.

>>> Leia também: 3 livros de Guimarães Rosa que já caíram no Enem

4. Dona Flor e seus Dois Maridos (1966)

Assim como Gabriela, Cravo e Canela, Dona Flor e seus Dois Maridos é um dos romances mais representativos de Jorge Amado.

Publicado em 1966, o romance é protagonizado por Florípedes Guimarães, a Dona Flor.

O romance se inicia com a morte de Vadinho, um boêmio, jogador e alcoólatra que morre subitamente em pleno carnaval de rua.

Ele deixa viúva Dona Flor, a quem explorava e que, apesar da vida desregrada do marido, era apaixonada por ele.

Após a morte do marido, Dona Flor começa a ser cortejada por um novo pretendente, Teodoro, um farmacêutico pacato e religioso. E os dois acabam se casando.

Mas, de idade um pouco avançada e bastante conservador, ele não consegue satisfazer Dona Flor, que cada vez mais se lembra de Vadinho.

Certa noite, depois de um ano de casada, Dona Flor toma um susto: Vadinho está nu, deitado na cama, rindo e acenando para ela. O fantasma do malandro passa então a viver com o casal.

Assim, Dona Flor divide a vida com Teodoro Madureira e o fantasma do próprio marido.

Dos romances de Jorge Amado, Dona Flor e seus Dois Maridos é um dos mais conhecidos.

Foi levado ao cinema por duas vezes, em épocas diferentes, e os dois filmes foram um grande sucesso tanto de crítica como de público.

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E aí, gostou de conhecer mais sobre as obras de Jorge Amado? Se você está se preparando para o Enem, não deixe de conferir outros textos do EAD UMC:

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Os principais tipos de argumentação para usar na sua redação do Enem

Descubra os segredos para tirar nota 1000 na redação do ENEM!

A importância da argumentação na redação

A redação do Enem segue o modelo de texto dissertativo-argumentativo. Você sabe qual o principal elemento desse tipo de texto? A argumentação!

O objetivo da redação dissertativa-argumentativa é convencer o leitor de determinado posicionamento, e isso só pode ser feito com a construção de linha argumentativa coerente. É ela que vai dar todo o fundamento e amarrar as ideias do seu texto.

Sendo assim, a argumentação é extremamente importante para elaborar um bom texto e alcançar uma nota alta na redação.

Lembre-se que sua capacidade argumentativa é avaliada em 2 das 5 competências do exame, confira:

  • Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
  • Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

Por isso, construir uma boa argumentação é fundamental para alcançar uma nota alta no Enem. E se existe algo que pode ajudar muito nisso é conhecer os tipos de argumentação que existem.

A seguir, falaremos mais sobre eles!

>>> Leia mais: Enem: 8 dicas para fazer uma redação nota mil!

Tipos de argumentação

Existem diversos tipos de argumentação que podem ser usados na redação do Enem. Abaixo, apresentamos as principais:

1. Argumento de autoridade

Você já deve ter visto que para elaborar alguns textos, especialmente jornalísticos, é comum que os autores recorram a opinião de especialistas, certo?

Isso é feito para conferir credibilidade e autoridade ao texto, deixando-o mais rico e dando força à argumentação.

Sabia que você pode usar essa estratégia também na sua redação?

Citar figuras consagradas ou especialistas relacionados à temática — e que tenham autoridade para falar sobre o assunto — é uma ótima estratégia argumentativa.

Na redação do Enem, você pode utilizar exatamente o que os especialistas dizem, usando aspas, ou, se não lembrar tudo ao pé da letra, fazer referência a essa pessoa relacionando as ideias dela com as suas.

Isso se chama argumento de autoridade, e é uma ótima forma de construir a argumentação da sua redação!

2. Argumento por comprovação

Dados estatísticos e estudos costumam ser muito usados em textos de diversos gêneros, não é mesmo? Sabia que na redação do Enem eles também podem ser aplicados?

Para que o leitor acredite naquilo que você está argumentando, é preciso que exista algum tipo comprovação, certo? Essa comprovação pode ser feita através de estudos, dados estatísticos e pesquisas.

Ou seja, o argumento por comprovação é uma forma de comprovar a sua tese e reforçar sua linha argumentativa.

Por isso, pode ser interessante ter conhecimento de alguns dados estatísticos gerais do Brasil, por exemplo:

  • dados sobre violência contra a mulher e outras minorias sociais;
  • dados sobre saúde mental;
  • dados acesso à internet;
  • dados sobre desigualdade social.

Ter essas informações pode ajudar muito a construir sua linha argumentativa e a alcançar uma boa nota.

>>> Leia mais: O que zera a redação do Enem?

3. Comparação

Outra maneira de construir sua argumentação é através da comparação.

O argumento de comparação pode ser feito de diversas formas:, como entre:

  • pensadores;
  • filosofias;
  • ideologias;
  • períodos históricos;
  • políticas econômicas;
  • tecnologias;
  • obras de arte.

Por exemplo: digamos que a temática da redação seja o impacto das redes sociais no comportamento das pessoas.

Nesse caso, você pode comparar como era o relacionamento entre as pessoas quando havia exclusivamente veículos de comunicação de massa offline e agora, com o mundo digital. Ou seja, você compara dois períodos históricos distintos.

Essa estratégia pode ajudar a encadear o seu texto e melhorar sua argumentação.

4. Causa e consequência

Entre as estratégias argumentativas possíveis, uma das mais comuns é a de causa e consequência.

Ao optar por esse tipo de argumento, você deve explicar os motivos e porquês de um determinado problema e apresentar as consequências dele.

Lembre-se que as consequências podem ser positivas ou negativas, dependendo da tese que você apresentar na introdução.

>>> Leia mais: Como ganhar um repertório coringa para redação e se dar bem no Enem

5. Exemplificação

Esse é o tipo de argumento mais utilizado nas redações: a exemplificação.

Como o nome indica, ela consiste em usar um exemplo concreto, como uma notícia, um acontecimento, filme ou livro, para ilustrar a sua tese.

Afinal, ficará mais fácil convencer o leitor da tese defendida no texto se este conseguir associar com algo presente em sua realidade.

Por exemplo, se você está escrevendo sobre um tema que envolve saúde mental da população e quer mencionar a responsabilidade das entidades públicas de oferecer tratamentos, trazer o filme Coringa pode ser uma ótima forma de ilustrar a questão.

Foi o que fez a estudante Adrielly Clara Enriques, de 18 anos, que utilizou o filme como exemplo para falar do tema “O Estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira“, em 2020. Ela foi uma das 28 pessoas que alcançaram nota máxima na redação do Enem no ano em questão.

6. Enumeração

Nesse tipo de argumentação, você vai enumerar uma série de ideias que corroboram sua tese. Você pode fazer isso por meio de vírgulas, bullet points ou listas numeradas.

Por exemplo, se o tema for importância do empoderamento feminino, você pode sugerir algo como:

O movimento de empoderamento feminino é fundamental para:

  • garantir igualdade de gênero;
  • diminuir a violência e feminicídios;
  • saldar uma dívida histórica;
  • aumentar a presença da mulher em espaços-chave na sociedade.

>>> Leia mais: Os 7 livros que mais caem no Enem

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7. Alusão histórica

Por fim, outra estratégia argumentativa que você pode usar é a alusão histórica. Por meio dela, você aborda fatos históricos conhecidos para sustentar e encadear sua argumentação.

Alguns dos acontecimentos e períodos históricos mais usados são:

  • Ditadura Militar no Brasil;
  • Revolução Industrial;
  • Crise econômica de 1929;
  • Período colonial;
  • Escravidão;
  • Nazismo e fascismo;
  • A filosofia na Grécia e Roma Antiga.

Conclusão

E aí, gostou de conhecer os tipos de argumentação para usar na redação do Enem?

Se esse conteúdo foi útil para você, não deixe de conferir outros textos do EAD UMC:

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